[weglot_switcher]

Santander, Deutsche e Lloyd’s apontam para quebra abrupta na economia europeia seguida de rápida recuperação

O Grupo Santander, o Deutsche Bank e o Lloyd’s Bank acreditam que estamos perante uma crise de curta duração e que vai causar uma queda abruta da atividade económica. Mas uma rápida recuperação deverá acontecer.
  • Horta Osório
18 Março 2020, 09h53

Três dos mais importantes bancos europeus acreditam que a pandemia do Covid-19 vai causar uma quebra abruta na atividade económica, a que se seguirá uma recuperação rápida – aquilo a que se chama de cenário em forma de “V”.

Ana Botín, chairman do banco espanhol Santander, que participou esta terça-feira, por teleconferência, num evento sobre serviços financeiros organizado pelo Morgan Stanley, estima que os resultados da instituição financeira contraiam 5% este ano e não antecipa impactos no capital nem nos objetivos financeiros de médio-prazo, adiantando que o banco está bem posicionado para fazer face a um intenso cenário de stress, avança o “Financial Times”.

O jornal britânico também avança com declarações do português António Horta-Osório, CEO do britânico Lloyd’s Bank, que admitiu estar a adiar um investimento tecnológico avaliado em três mil milhões de libras devido ao “imenso choque externo” que “será choque temporário”.

“Tenho confiança absoluta de que teremos uma resposta governamental e regulatória que tem de ser tomada em consideração”, frisou o CEO português.

O Reino Unido já anunciou um plano de emergência avaliado em 330 mil milhões de libra para apoiar as empresas britânicas.

Da Alemanha, a publicação cita declarações de um alto quadro do Deutsche Bank, o maior banco daquele país, que frisou a importância da reestruturação histórica da instituição financeira iniciada em julho de 2019 que levou a despedimentos, encerramento de algumas atividades na banca de investimento e a criação de um ‘banco mau’ com ativos tóxicos.

Apesar da crise económica que se avizinha por causa do Covid-19, o Deutsche mantém os objetivos traçados para 2020 aos níveis do capital, alavancagem e custos, sendo que está em curso de alcançar os resultados traçados para o médio-prazo.

“Será uma crise curta em vez de uma crise longa”, disse o alto quadro do banco alemão, adiantando que espera uma recuperação em ‘forma’ de “V”.

No entanto, um investidor institucional do Deutsche Bank parece não partilhar a visão do banco, receando que a instituição financeira que um profit warning seja uma questão de tempo.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.