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SBSI recusa conciliação e continua negociações salariais com o BCP

O Sindicato dos Bancários do Norte apelou à intervenção Direção-Geral do Emprego para mediar as conversas com o banco para ultrapassar o atual impasse. Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas recusa processo de conciliação e quer continuar a negociar com o banco e chegar a acordo relativamente ao aumento da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária.
  • Millennium Bcp
11 Junho 2019, 15h08

O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) não subscreve o pedido de conciliação do Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) que apelou à intervenção Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para mediar as conversas com o BCP para ultrapassar o atual impasse da atualização salarial no banco. SBSI assegura que não desiste das negociações por considerar ser ainda possível chegar a um acordo com o banco relativamente ao aumento da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária.

“​No âmbito da Febase, os Sindicatos foram confrontados com um pedido de conciliação do processo negocial do BCP, apresentado pelo SBN. SBSI manifestou-se contra, deixando claro que não desiste de tentar chegar a acordo com o banco relativamente ao aumento da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária”, revela o SBSI em comunicado na sequência do impasse da negociação de revisão salarial numa altura em que o setor já conclui há largos meses a revisão da tabela salarial do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), com aumentos médios de 0,75% com os sindicatos a reclamarem que redução de salários dos trabalhadores cessou em julho de 2017, mas ainda continua por devolver a soma dos valores retidos.

Em resposta à convocação da DGERT do Ministério do Trabalho, o SBSI dá conta que esteve presente, no dia 7 de junho, na reunião de conciliação do conflito coletivo de trabalho relativo à revisão de 2018 do Acordo Coletivo entre o BCP e os Sindicatos da Febase, requerida pelo SBN. E adianta que “desde logo, o SBSI manifestou estranheza pela presença de sindicatos subscritores de outra convenção com o BCP, que estará em negociação(?) e para a qual não solicitaram o processo de conciliação”.

Questionados pelo banco a esclarecer a sua posição, diz o SBSI, aqueles sindicatos afirmaram que aplicarão ao seu acordo o resultado do processo de conciliação.

“O SBSI afirmou inequivocamente que não subscreve o pedido de conciliação do SBN – que assim desiste das negociações – por considerar ser ainda possível chegar a um acordo com o banco relativamente ao aumento da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária – e, como tal, expressou a sua disponibilidade para negociar”, revela o sindicato liderado por Rui Riso.

O SBSI acrescenta ainda que “mantém a sua determinação na obtenção de um acordo, possibilitando assim aos seus associados rapidamente beneficiarem de aumentos salariais”.

Recorde-se que, no início de maio, o SBN revelou que “não vai abdicar de exigir o pagamento imediato das atualizações salariais referentes a 2018 para os trabalhadores do BCP”. E deu conta que ”para o efeito, foi solicitada a intervenção da DGERTpara que, através da conciliação, seja possível ultrapassar o atual impasse”.

Na altura, o SBN recordou que a proposta sindical para a revisão do ACT já foi apresentada em janeiro de 2018, reforçando que o BCP ainda não tinha apresentado resposta escrita, como prevê a lei.

“Por carta de 25 de janeiro, o SBN reclamou ao BCP a conclusão e aplicação da revisão da tabela salarial e cláusulas pecuniárias, com efeitos desde janeiro de 2018”, referiu o SBN o comunicado, acrescentando que  foi realizada, em 15 de abril, uma nova reunião com o BCP, em que participaram também o SNQTB e o SIB, “mas o impasse manteve-se em relação às atualizações reclamadas para 2018”.

O SBN afirma não abdicar das atualizações salariais com efeitos a 2018 e não se conforma com o impasse do processo negocial, exigindo o pagamento imediato de, pelo menos, os aumentos acordados com a APB (Associação Portuguesa de Bancos) sem prejuízo da continuação das negociações para a revisão do ACT- BCP.

Para o SBN ”o impasse nas negociações para 2018 representa uma verdadeira recusa do BCP de cumprir o dever de negociar, o que é tanto mais inadmissível quanto é certo que a última revisão do ACT – Acordo Coletivo de Trabalho – para o Grupo BCP já foi publicada há mais de 2 anos, sem aumentos salariais, pelo que os trabalhadores do BCP se encontram sem atualizações salariais desde janeiro de 2010, com a agravante de ter havido redução das condições retributivas em 2014”.

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