[weglot_switcher]

Seca: Ambientalistas acusam Espanha de rasgar acordo ibérico e fechar torneiras

A associação ambientalista Zero pede que o acordo entre Portugal e Espanha seja revisto e melhorado, tendo em conta que este cumprimento pode estar na base da seca severa e extrema no país.
  • Cristina Bernardo
27 Novembro 2017, 14h32

A associação ambientalista Zero acusa as autoridades espanholas de não estarem a cumprir o acordo ibérico estabelecido para garantir os caudais mínimos nos rios Tejo, Douro e Guadiana. A organização pede que o acordo seja revisto e melhorado, tendo em conta que este cumprimento pode estar na base da seca severa e extrema no país.

Um estudo feito pela associação ambientalista mostra que Espanha “não faz uma gestão equilibrada à escala semanal, com dias quase sem água a passar para Portugal, compensados por dias com volumes muito maiores para atingir os mínimos acordados”.

“Verificámos que os caudais acordados não têm sido assegurados por Espanha, e também que, por vezes, ou a água é retida ou demasiado aberta, o que provoca flutuações que não são adequadas” para Portugal, afirmou Carla Graça, vice-presidente da associação Zero.

A associação Zero indica que a situação mais grave diz respeito ao rio Douro, onde “não foi respeitado o caudal integral anual para o ano hidrológico de 2016/2017”. “Ficámos com menos 300 hectómetros cúbicos”, afirma Francisco Ferreira, presidente da associação Zero à TSF.

Também no rio Tejo se registou “um ligeiro incumprimento semanal” durante o mês de setembro, de acordo com os ambientalistas. Já no rio Guadiana foram detetadas falhas nos caudais médios diários de “2 metros cúbicos por segundo” fixados na convenção.

A Zero recomenda, por isso, “o estabelecimento de volumes de água mínimos diários, que devem ser contextualizados com valores de caudais semanais que sejam pelo menos o dobro dos atualmente em vigor”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.