Secretária do Tesouro norte-americano descarta garantia total dos depósitos

A secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, assegurou esta quarta-feira que não considerou nem discutiu um “seguro geral” para os depósitos bancários norte-americanos como forma de combater as consequências as duas falências bancárias ocorridas este mês sem a aprovação antecipada do Congresso.

Os seus comentários perante uma audiência do subcomité de apropriações do Senado frustraram as esperanças do sector bancário de uma rápida garantia do governo para conter a ameaça de novas corridas aos bancos e contribuíram para uma queda de 15,5% nas ações do problemático First Republic Bank – que aparenta estar na ‘linha de produção’ das falências das instituições financeiras, segundo a imprensa norte-americana.

Os únicos depósitos segurados por garantia federal são aqueles de montante abaixo dos 250 mil dólares. Os depósitos acima desse valor não estão garantidos pelo governo federal, pelo que os seus detentores podem perder todo o dinheiro que tiverem em depósito acima desse valor.

Ontem, quarta-feira, Wall Street ensaiou uma recuperação dos estragos das falências do sector financeiro, mas as palavras de Janet Yellen dissiparam essa recuperação em pouco tempo. “Era desnecessário dizer o que disse e foi até imprudente porque se algo parecido acontecer novamente, os depósitos terão novamente de ser garantidos”, dizem especialistas do Bankinter citados pelo jornal “El Economista”.

“É importante deixar claro que os acionistas e detentores de dívidas de bancos falidos não são protegidos pelo governo e que os contribuintes não pagarão pelas perdas desses bancos”, disse Janet Yellen durante a audiência perante um comité do Congresso.

A ‘ministra das Finanças’ norte-americana garantiu que “os responsáveis ​​pela queda de um banco não devem beneficiar” dos recursos dos contribuintes para resgatarem instituições financeiras. Impedir que isso aconteça “é uma forma importante de responsabilizá-los e ficaríamos contentes em trabalhar com vocês [com o Congresso] em legislação nesse sentido”, disse ele aos congressistas.