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Secretário de Boris Johnson organizou festa com 100 pessoas quando o Reino Unido estava em confinamento

A imprensa britânica estima que Boris Johnson terá comparecido à festa com a sua agora mulher, Carrie Johnson. O primeiro-ministro foi confrontado com a questão mas optou por não responder nem desmentir o sucedido.
11 Janeiro 2022, 10h16

O primeiro-ministro britânico voltou a estar em maus lençóis com a imprensa. Na noite de segunda-feira foi divulgado um email do secretário de Boris Johnson, Martin Reynolds, em que este convida mais de 100 funcionários do gabinete para uma festa em 2020, quando os convívios estavam proibidos e o país em confinamento para travar a propagação de Covid-19.

De acordo com o “The Guardian”, a polícia já se encontra a investigar o caso da festa de Downing Street que teve como tema “tragam a vossa bebida”. A polícia já contactou mesmo com o executivo, mostrando que está “ciente de notícias muito disseminadas sobre alegadas violações do regulamento de proteção sanitária em Downing Street a 20 de maio de 2020”.

A imprensa britânica estima que Boris Johnson terá comparecido à festa com a sua agora mulher, Carrie Johnson. O primeiro-ministro foi confrontado com a questão mas optou por não responder nem desmentir o sucedido.

“Olá a todos. Depois de um período incrivelmente agitado, pensámos que seria simpático aproveitar o bom tempo e tomar bebidas com distanciamento social esta tarde, no jardim do n.º 10”, lia-se no convite, revelado pelo canal televisivo ITV. “Por favor apareçam a partir das 18 horas e tragam a vossa própria bebida”, termina o email.

Apesar de existirem mais de 100 convites, terão aparecido apenas 40 funcionários. Após o email, alguns funcionários terão expressado preocupações com os seus pares, avança ainda a “BBC”.

No dia 20 de maio, o ministro da Cultura falou aos britânicos para relembrar as regras que deveriam ser praticadas perante o forte avanço da pandemia. “Podem encontrar-se com uma pessoa fora do vosso agregado familiar, num local público e ao ar livre, desde que pratiquem uma distância de dois metros”.

Também um grupo de famílias que perderam alguém para a Covid-19 insurgiu-se contra as notícias que davam conta do ajuntamento do executivo. “O meu pai morreu quatro dias antes do envio deste email. Só tinha 55 anos e era um trabalhador essencial, em forma e saudável. Pensar que enquanto isto acontecia Boris Johnson estava a ‘aproveitar o bom tempo’ e a dar uma festa para 100 pessoas é verdadeiramente inacreditável”, escreveu a porta-voz da organização Famílias de Vítimas da Covid-19.

De relembrar que alguns membros do governo britânico apresentaram a demissão após se ter tornado público que tinham quebrado as regras do isolamento. O próprio ministro da Saúde violou o distanciamento imposto pelo governo quando foi fotografado a ter uma relação extraconjugal com a sua secretária. Também o assessor de Johnson, Dominic Cummings, apresentou a demissão depois de ter sido visto a violar as regras de confinamento.

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