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Siza Vieira ao “New York Times”: “Evidências mostram que portugueses não respeitaram restrições”

Entre as causas do aumento exponencial de casos no mês de janeiro, o ministro da Economia afirmou que muitos portugueses escolheram circular pelo país para ver os seus familiares durante as festividades, ignorando as regras de circulação impostas.
  • Cristina Bernardo
5 Fevereiro 2021, 12h51

Portugal entrou na terceira vaga pandémica depois do período de Natal e Ano Novo, com o número de infetados a atingir, pela primeira vez, mais de 10 mil pessoas diariamente. Em entrevista ao “New York Times”, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, admitiu que “as evidências da mobilidade no país mostram que as pessoas não respeitaram as restrições que colocámos em vigor”.

Depois de várias semanas com números recordes todos os dias, o novo confinamento forçado implementado pelo Governo reduziu os contágios em 40% numa semana, quebrando a transmissibilidade, segundo revelou o “Público” esta semana. Ainda assim, e apesar da redução do número de casos, Siza Vieira admite que “prevê-se que as próximas semanas sejam complicadas”.

Entre as causas do aumento exponencial de casos no mês de janeiro, o ministro da Economia afirmou que muitos portugueses escolheram circular pelo país para ver os seus familiares durante as festividades, ignorando as regras de circulação impostas. No entanto, o Governo permitiu a circulação entre concelhos no Natal, nomeadamente a circulação na via pública na noite de 23 para 24 “para quem se encontre em viagem” e nos dias 24 e 25 até às 02 horas da manhã do dia seguinte, com a circulação a ser proibida só no Ano Novo.

Ainda assim, e apesar de permitida, o primeiro-ministro apelou na altura ao bom senso dos portugueses, mostrando que o Executivo confia nos seus cidadãos. “Não estamos a promover deslocações ou encontros, estamos a permitir as deslocações e estamos a permitir os encontros”, disse António Costa no dia 7 de dezembro, notando que a decisão final é dos portugueses.

Além da circulação, o Governo e autoridades de saúde acreditam que os contágios foram amplamente disseminados devido à variante britânica, sendo que antes do cancelamento do corredor aéreo muitos portugueses que trabalham no Reino Unido viajaram para Portugal para passar o Natal com a família.

“Não temos evidências de que a variante brasileira esteja significativamente ativa em Portugal, embora tenhamos evidências de que a variante do Reino Unido explica mais de metade dos novos casos, particularmente na área de Lisboa”, disse Pedro Siza Vieira ao “New York Times”.

De relembrar que o ministro da Economia faz parte de um grupo de governantes que contraiu o vírus, tendo ficado isolado e optado por continuar a trabalhar remotamente.

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