Há três anos a indústria da tecnologia pensou ter encontrado uma nova “mina de ouro”, uma nova categoria de produto que iria suceder o êxito dos smartphones e tablets. A ideia era oferecer um relógio de pulso com algumas das características que fizeram dos telemóveis um objeto imprescindível para os milhões de utilizadores.
No entanto, o conceito de um relógio inteligente que complementa o smartphone ainda não atraiu muitos. Os primeiros modelos não atraem nem a nível de estética, nem de funcionalidades e, embora os fabricantes tenham melhorado em ambos os casos, o mercado ainda não “descolou”.
Segundo a IDC, as vendas mundias de smartwatches caíram 51,6% no terceiro trimestre do ano, situando-se nos 2,7 milhões.
É o segundo trimestre consecutivo de declínio, depois de registar no período entre maio e junho uma queda de 32%.
Especialistas esperavam que o lançamento do produto pela Apple em 2015 impulsionasse a indústria e, na verdade este mercado emergente depende muito da “empresa da maçã”, líder mundial, com uma quota de 41% no terceiro trimestre, estimando-se a venda neste período de cerca de 1,1 milhão de relógios.
A decisão do Google de adiar para 2017 o lançamento da nova versão do seu Android Wear 2.0 desacelerou o mercado pois os fabricantes optaram por esperar e não lançar novos modelos.
Além disso, a Samsung Gear S3, anunciou na IFA em setembro, que o seu modelo ainda não está disponível. A IDC estima que a Samsung já vendeu cerca de 400 mil unidades no trimestre, o que o coloca em terceiro lugar no ranking mundial.
Segundo dados da Kantar de julho deste ano, a penetração dos smartwatches nos Estados Unidos é de 4,7%, ante 3,2% no conjunto do Reino Unido, Alemanha, França e Itália.
A questão permanece: irão os smartwatches triunfar?
A IDC acredita que o boom vai demorar mais tempo do que o esperado, mas estima que em 2020 o mercado chegue a um volume de cerca de 76 milhões de unidades.
Os especialistas acreditam que os consumidores vão abraçar os smartwatches se se melhorar a funcionalidade, fizer crescer o número de aplicações disponíveis, e se apostarem na independência do telemóvel e aumentar a vida útil da bateria.
A aposta de relojoeiros tradicionais também pode impulsionar as vendas. Marcas como Casio, Fossil e Tag Heuer já lançaram modelos de smartwatches.
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