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Sogrape compra Quinta da Romeira para entrar na região de Lisboa

A aquisição da Quinta da Romeira, com 75 hectares de vinha, a maior folha de Arinto do país, simboliza a entrada da Sogrape na região de Lisboa.
4 Janeiro 2019, 16h09

A Sogrape anunciou a compra da Quinta da Romeira, em Bucelas, concretizando, assim, a sua entrada em mais um região vitivinícola portuguesa, a região de Lisboa.

O valor da transação não foi divulgado.

“Com a aquisição da emblemática Quinta da Romeira, em Bucelas, a Sogrape entra no coração de uma das mais admiradas e reconhecidas regiões de vinho em Portugal”, destaca um comunicado da Sogrape, acrescentando que, desta forma, a empresa “arranca 2019 em grande, reforçando a sua liderança na categoria dos vinhos portugueses e procurando afirmar-se como produtor de referência numa região que tem vindo a conquistar cada vez mais consumidores a nível mundial”.

O referido comunicado sublinha que “a aquisição da Quinta da Romeira, com 75 hectares de vinha, a maior folha de Arinto do país, simboliza a entrada da Sogrape na região de Lisboa”.

A Sogrape reclama ser “líder incontestado em Portugal” no setor dos vinhos, mas reconhece que no portefólio da companhia “estavam em falta os cada vez mais aclamados vinhos de Lisboa”.

“Fundada em 1942, com Mateus Rosé como joia da coroa, a empresa passou, entretanto, por um enorme período de diversificação nacional e internacional, e hoje o seu nome é uma referência quando se pensa no Douro (Casa Ferreirinha) e em Vinho do Porto (Sandeman, Ferreira e Offley), no Dão (Quinta dos Carvalhais), no Vinho Verde (Gazela e Azevedo) e no Alentejo (Herdade do Peso)”, publicita o referido comunicado.

Para Fernando da Cunha Guedes, CEO da Sogrape, “entrar em Lisboa era, para a Sogrape, obrigatório”.

“E fazê-lo através da sub-região de Bucelas é, para nós, um enorme motivo de alegria e orgulho, mas também de grande responsabilidade”, comenta aquele responsável.

“Às portas de uma capital que luta contra a crescente pressão urbanística, existe uma histórica denominação de origem, que aos olhos e palato dos entendidos quase merece o reconhecimento como “desígnio nacional”, salienta o comunicado da soigrape, adiantando que “aqui, a vinha proclama espaço, e o famoso Arinto de Bucelas procura atenção para não ficar esquecido no passado”.

“É uma denominação de origem muito especial, onde reina uma grande casta e se produzem vinhos de excecional qualidade”, reconhece Fernando da Cunha Guedes.

“Partindo de Bucelas, e em particular da Quinta da Romeira que possui marcas reconhecidas como Prova Régia e Morgado de Sta. Catherina, a Sogrape tem previstos investimentos em toda a cadeia de valor, desde a viticultura, passando pela enologia, até ao mercado, para desenvolver um projeto sustentado e de longo prazo na região de Lisboa. Tirar partido do bom momento que vivem estes vinhos e simultaneamente
contribuir para dinamizar a região é o grande objetivo da Sogrape”, assegura o referido comunicado.

A Quinta da Romeira existe desde 1703, e aqui chegou a repousar o Duque de Wellington.

Localizada em Bucelas, a 30 minutos de Lisboa, a propriedade tem
uma área total de 130 hectares, sendo que destes tem atualmente 75 hectares de vinha em produção, estando a área restante ocupada por floresta.

Na adega aí instalada produzem-se, para além dos vinhos de quinta, marcas reconhecidas como Prova Régia e Morgado de Sta. Catherina.

A Denominação de Origem de Bucelas, 25 quilómetros a norte de Lisboa, no vale do rio Trancão, foi demarcada em 1908 e é considerada uma sub-região histórica, de
enorme valor para Portugal.

Os seus vinhos brancos, essencialmente elaborados a partir da casta Arinto, já antes disso eram muito apreciados no estrangeiro, contando-se que o vinho de Bucelas teve uma enorme popularidade na época das Invasões Francesas (1808-1810), já que o Duque de Wellington, então comandante das tropas anglo-portuguesas contra os exércitos napoleónicos, um verdadeiro apreciador, decidiu levá-lo para Londres como oferta a Jorge III de Inglaterra.

“Os vinhos brancos de Bucelas são vinhos de forte personalidade, marcados por uma excelente acidez e mineralidade, que lhe conferem grande de longevidade”, garante a Sogrape.

A empresa foi fundada em 1942 por Fernando Van Zeller Guedes, e é hoje um grupo de empresas e marcas, “com a ambição de proporcionar Vinhos Originais e Intemporais – Original Legacy Wines – para todos os momentos da vida”.

Iniciando a sua atividade na região do Douro, a Sogrape chegou a todo mundo, e produz hoje vinho em Portugal (Sogrape Vinhos Portugal), Espanha (Bodegas LAN), Argentina (Finca Flichman), Chile (Viña Los Boldos) e Nova Zelândia (Framingham).

“Com empresas de distribuição na Europa, na América, em África e na Ásia, faz chegar os seus vinhos a mais de 120 países, com marcas internacionalmente relevantes.
A originalidade e intemporalidade da Sogrape resultam da dedicação de uma família alargada de pessoas que, lideradas por Fernando da Cunha Guedes, atual CEO, procura a excelência em todas as áreas para que o grupo seja uma referência no mundo do vinho”, garante a empresa.

A Sogrape diz ter mais de mil colaboradores neste momento.

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