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Sonae Capital com perdas de 14,6 milhões de euros no semestre devido à pandemia

O volume de negócios das unidades de negócio da empresa nos primeiros seis meses do ano situou-se em 129,3 milhões de euros, registando um aumento de 91% face ao valor de 67,7 milhões de euros registado no período homólogo de 2019″.
28 Julho 2020, 20h34

A Sonae Capital encerrou o primeiro semestre deste ano com prejuízos de 14,6 milhões de euros, devido ao impacto da pandemia de Covid-19.

“A declaração de Estado de Emergência em Portugal entre os meses de março e maio implicou a suspensão de várias operações, nomeadamente nos segmentos de fitness, hotelaria e Tróia Operações, o que se refletiu nos resultados operacionais e financeiros do primeiro semestre de 2020. O mês de junho foi marcado pelo arranque progressivo da generalidade das operações, ainda que fortemente condicionado pela pandemia”, explica um comunicado da empresa.

Segundo esse documento, “dando seguimento a um plano de acção iniciado durante o primeiro trimestre do ano, a principal prioridade do grupo continuou a ser o bem-estar e segurança dos seus colaboradores, clientes, fornecedores e da comunidade em geral”.

“Considerando as limitações decorrentes da suspensão temporária de várias operações, foram realizados esforços no sentido de proteger os níveis de resiliência, nomeadamente através do reforço de medidas de optimização e redução de custos operacionais, da revisão do plano de investimentos e do reforço da liquidez”, adianta o referido comunicado, acrescentando que o volume de negócios consolidado do grupo ascendeu a 136,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, aumentando 72,8% face aos 79,2 milhões de euros verificados no período homólogo de 2019.

De acordo com os responsáveis da Sonae Capital, “o volume de negócios das unidades de negócio situou-se em 129,3 milhões de euros, registando um aumento de 91% face ao valor de 67,7 milhões de euros registado no período homólogo de 2019”.

“Este desempenho beneficiou do contributo do negócio de trading e comercialização, no segmento de energia, que foi impulsionado pela integração da Futura Energía Inversiones, empresa espanhola adquirida no terceiro trimestre de 2019″, assinala o comunicado em questão.

Por seu turno, o EBITDA das unidades de negócio da Sonae Capital no primeiro semestre deste ano foi positivo em 6,9 milhões de euros e o EBITDA consolidado fixou-se em 5,3 milhões de euros, “sustentados pelas várias acções de optimização levadas a cabo pelas operações no sentido de mitigar, na medida do possível, o impacto da pandemia nas principais linhas de custos operacionais”.

“Apesar do crescimento das vendas e dos esforços de optimização implementados, o resultado líquido situou-se num valor negativo de 14,6 milhões de euros, penalizado pelo ambiente decorrente da Covid-19”, reconhecem os responsáveis da empresa.

“A Sonae Capital continuou a desenvolver a sua estratégia, com o investimento bruto a situar-se em 12,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, em virtude dos investimentos em curso no segmento de energia, nomeadamente na fase final do desenvolvimento da central de cogeração de biomassa em Mangualde, no plano de expansão do segmento de fitness e na remodelação das instalações do Porto Palácio Hotel e Aqualuz Tróia”, explica o comunicado em questão.

Os responsáveis da empresa adiantam ainda que, “ao nível da solidez financeira, no final do mês de junho a Sonae Capital dispunha de liquidez e linhas de crédito no montante de 81,3 milhões de euros, o que permite encarar os tempos de incerteza que prevalecem com confiança reforçada”.

No período em análise, o investimento da Sonae Capital ascendeu a 12,8 milhões de euros, “com destaque para a central de cogeração a biomassa na energia, a implementação do plano de expansão no fitness e as remodelações na hotelaria”, enquanto a solidez financeira da empresa saiu “reforçada, contando com 81,3 milhões de euros em liquidez e linhas disponíveis”.

Em termos gerais, os responsáveis da Sonae Capital consideram que os “negócios retomam atividade de forma progressiva”.

Miguel Gil Mata, CEO da Sonae Capital, defende que, “o segundo trimestre do ano revelou-se extremamente desafiante” para a empresa, tal como antecipavam.

“Os segmentos de ‘fitness’, hotelaria e Tróia Operações viram as suas operações suspensas durante a maior parte do trimestre e os segmentos de engenharia industrial e ativos imobiliários viram, e certamente continuarão a ver, a sua actividade afetada pelo clima de incerteza, à escala global. O segmento de energia, o mais resiliente do nosso portefólio, não registou impactos directos materiais”, sublinha aquele responsável.

Miguel Gil Mata acrescenta: “Assumindo desde o início que há variáveis que não conseguimos controlar, nomeadamente a ausência de receitas decorrente da suspensão das operações, focámos-nos em incrementar os níveis de resiliência, actuando ao nível dos custos operacionais e retendo algumas decisões de investimento”.

“Em paralelo, continuámos a trabalhar no sentido de reforçar a liquidez da Sonae Capital pelo que contamos, a 30 de Junho de 2020, com 81,3 milhões de euros em cash e linhas de crédito disponíveis, o que permite perseguir os nossos objectivos estratégicos e assegurar um nível de conforto suficiente para enfrentar cenários mais adversos”, realça.

“Fruto do empenho das nossas equipas, que têm demonstrado uma capacidade de adaptação sem igual, preparámos as operações para o ‘novo normal’ de forma escrupulosa, garantindo a segurança e bem-estar de todos e dando passos firmes para continuarmos a sobressair em algumas das nossas frentes de actuação. A retoma não será imediata e vai continuar a colocar-nos à prova, mas todo o nosso percurso ao longo dos últimos meses faz-me estar convicto de que esta pandemia será mais um dos desafios que a Sonae Capital irá superar no decurso da sua história”, acredita o CEO da Sonae Capital.

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