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S&P mantém ‘rating’ de Portugal, mas sobe ‘outlook’ para positivo

Agência norte-americana manteve a notação financeira de Portugal no segundo grau de investimento, mas subiu o ‘outlook’ de ‘estável’ para ‘positivo’. Política monetária do BCE, juntamente com os ganhos de competitividade em Portugal, melhoraram a resiliência externa da economia e reduziram o custo do serviço da dívida externa, justificou a S&P.
13 Setembro 2019, 21h03

A Standard & Poor’s (S&P) manteve esta sexta-feira a notação da dívida soberana portuguesa em ‘BBB’, mas subiu a perspetiva de ‘estável’ para ‘positiva’, destacando a melhoria da composição, maturidade e custos associados à dívida, assim como a capacidade de Portugal cumprir com as suas obrigações.

No entanto, deixa o aviso: “se o risco de refinanciamento externo aumentar ou se houver uma deterioração inesperada e sustentada no desempenho orçamental e de crescimento” poderá descer o ‘outlook’ para estável.

A agência de notação financeira salienta a trajetória de redução da dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB), tal como já havia referido na última avaliação, em março, na qual tinha subido o rating de Portugal para o segundo grau de investimento (BBB) e passado a perspetiva de ‘positiva’ para ‘estável’. Mas destaca que o país tem beneficiado da política monetária implementada pelo Banco Central Europeu (BCE), considerando que as medidas anunciadas esta quinta-feira pela instituição presidida por Mario Draghi deverão ter um impacto positivo para o país.

“A introdução de taxas de depósito negativas e o relançamento de programas de compra de ativos devem permitir que o setor privado português continue a crescer e a desalavancar ao mesmo tempo”, considera a S&P.

“A posição política de apoio do Banco Central Europeu (BCE), juntamente com os ganhos de competitividade em Portugal, melhoraram a resiliência externa da economia e reduziram o custo do serviço da dívida externa comercial”, refere a agência.

A S&P aponta ainda que o Governo também usou “o período recente de baixas taxas de juros para prolongar o prazo médio da dívida soberana para oito anos, mantendo o custos médios de captação de cerca de 2,8%” e que os baixos custos de financiamento se traduzem também em taxas mais baixas de empréstimos do setor privado com maturidades mais longas, “contribuindo ainda mais para a resiliência externa”.

Realça ainda que o caminho de diminuição do rácio da dívida face ao PIB deverá continuar entre 2019 e 2022, independentemente do novo Governo, já que antecipa que as eleições legislativas, marcadas para 6 de outubro, “provavelmente não levarão a mudanças significativas”.

“Sondagens recentes apontam que os socialistas deverão manter-se o principal partido no governo, implicando continuidade política. O que mudou para os decisores políticos foi, claro, o contexto económico global”, refere. O abrandamento do crescimento da economia global é, no entanto, apontado como uma nuvem negra que poderá assombrar o bom desempenho da economia portuguesa, com a agência a projectar uma desaceleração do crescimento da zona euro de cerca de 2%.

A próxima agência a reavaliar Portugal será a DBRS a 4 de outubro, dois dias antes das eleições legislativas. A agência canadiana tem atualmente a avaliação alinhada com a Fitch, classificando a dívida soberana em BBB, com perspetiva ‘positiva’.

https://jornaleconomico.pt/noticias/portugal-passa-a-ter-uma-perspetiva-positiva-por-parte-das-principais-agencias-realca-governo-489828

[Atualizado às 22h06]

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