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Startup luso-irlandesa Luminate Medical financia-se em 2,8 milhões. Faber participa na ronda

“Estamos ativamente à procura de candidatos em Portugal que queiram acelerar a sua carreira em engenharia biomédica e ajudar a tornar realidade a nossa visão de cuidados de cancro centrados no paciente”, anuncia a cofundadora e CTO da Luminate Medical, Bárbara Oliveira.
27 Junho 2022, 11h39

A Luminate Medical, startup de saúde luso-irlandesa que desenvolve dispositivos médicos que eliminam os efeitos secundários do tratamento do cancro, tais como a queda de cabelo provocada pela quimioterapia, anuncia hoje que fechou com sucesso uma ronda de financiamento seed no montante de 2,8 milhões de euros.

Este financiamento “irá acelerar a estratégia de reforço da equipa e completar os ensaios clínicos na Europa e nos Estados Unidos”, diz a startup em comunicado.

O financiamento contou com o investimento da sociedade de capital de risco portuguesa Faber, bem como da Elkstone Capital e da SciFounders, entre outros investidores, e vai permitir à startup acelerar a sua estratégia de reforço da equipa, bem como completar os ensaios clínicos.

A Luminate Medical foi criada em 2018 pela investigadora portuguesa Bárbara Oliveira, pelo professor Martin O’Halloran e por Aaron Hannon quando estavam a fazer a investigação de dispositivos médicos na Universidade Nacional da Irlanda.

Após o desenvolvimento de estudos pré-clínicos e clínicos com voluntários, a startup foi financiada pelo acelerador americano Y Combinator em 2021 e, mais tarde, pelo Fundo de Inovação Tecnológica Disruptiva da Irlanda.

“Atualmente, a startup está a desenvolver o seu primeiro produto, o dispositivo Lily, um dispositivo portátil que, com a sua tecnologia inovadora, protege os folículos capilares dos efeitos da quimioterapia sem criar desconforto para o paciente. Os dispositivos atuais para evitar a queda de cabelo utilizam a terapia de arrefecimento do couro cabeludo, o que requer que os pacientes permaneçam na clínica durante horas após o tratamento sob temperaturas extremamente frias para evitar que a quimioterapia ataque os folículos capilares”, refere a empresa.

A Luminate Medical diz que “desenvolveu e patenteou uma nova abordagem de terapia de compressão, que permitirá ter uma solução portátil, confortável e eficaz para evitar a queda de cabelo. O dispositivo Lily permite que os pacientes acedam ao tratamento da queda de cabelo e elimina a necessidade de os pacientes permanecerem na clínica após o tratamento”.

Para o efeito, pretende utilizar o financiamento captado na ronda para completar os ensaios clínicos do seu dispositivo Lily na Europa e nos Estados Unidos em 2022 e 2023, bem como para acelerar a expansão da sua equipa de I&D com vagas em engenharia biomédica, análise de elementos finitos e em conceção de dispositivos médicos, estando atualmente a recrutar em Portugal, assegura a empresa em comunicado.

Os locais dos ensaios clínicos do produto incluem a sede da startup em Galway, na Irlanda, e, com base nestes dados clínicos, irá avançar junto da Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (FDA) para a autorização do produto em 2023.

“A nossa missão é revolucionar a experiência do utilizador dos cuidados de saúde. Fazemo-lo através da criação de dispositivos médicos com uma abordagem de ‘paciente-primeiro’ e focados nas necessidades que verdadeiramente interessam aos pacientes. Esta ronda de financiamento irá permitir-nos completar os ensaios clínicos do nosso dispositivo inovador Lily e acelerar o seu lançamento no mercado e o impacto no paciente em 2024″, afirma Bárbara Oliveira, cofundadora e CTO da Luminate Medical.

“Além de alcançarmos estas metas, continuamos a expandir a nossa equipa de classe mundial de I&D na Europa, com várias vagas disponíveis em engenharia, regulamentação e qualidade. Estamos ativamente à procura de candidatos em Portugal que queiram acelerar a sua carreira em engenharia biomédica e ajudar a tornar realidade a nossa visão de cuidados de cancro centrados no paciente”, acrescenta.

“A nossa convicção na missão da Luminate Medical assenta na forma como a equipa antevê a utilização de dados para resolver um problema que tem sido ignorado pela indústria tradicional de dispositivos médicos. A melhoria da qualidade de vida e dos cuidados dos doentes com cancro ao longo do seu tratamento é um campo subestimado onde o desenvolvimento tecnológico avançado pode acrescentar muito valor”, salienta, por sua vez, Sofia Santos, partner da Faber.

A Luminate Medical está atualmente a recrutar engenheiros de I&D para se juntarem à equipa no seu escritório em Galway, e antecipa a expansão do número de colaboradores nos Estados Unidos no final de 2023, com a autorização regulamentar neste mercado.

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