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STCP garante oferta de 95% de viagens rodoviárias na Área Metropolitana do Porto

Das 70 linhas da transportadora rodoviária da Área Metropolitana do Porto, em modo autocarro, 33 voltaram já ao horário ‘Normal’, assumindo estas 100% da oferta habitual, e somente 37 adotaram o horário de ‘Férias Escolares’.
13 Maio 2020, 07h25

A propósito das novas regras para os passageiros de transportes públicos, que entraram em vigor a 3 de maio passado, o Jornal Económico foi ouvir os responsáveis das empresas mais representativas do setor para tentar perceber como estão a implementar essas medidas, quais as alterações que vão introduzir nos seus serviços e quais os impactos que esta nova realidade terá na estrutura de custos da empresa.

Conheça a resposta a estas questões dada por fonte oficial da STCP – Sociedade de Transportes Coletivos do Porto nesta fase de desconfinamento.

 

De que forma é que a empresa vai implementar as novas orientações impostas pelo Governo durante o Estado de Calamidade, atualmente em vigor, nomeadamente em termos de desdobramento de horários?
Desde o dia 4 de maio que a oferta da STCP está a seguir as orientações governativas que se traduzem num aumento na oferta de viagens para os 95% de um dia útil normal, o que consideramos garantirá a nova definição da lotação das viaturas ajustada para dois terços.

Foram retomadas as validações de títulos de transporte, bem como a venda de bilhetes a bordo. Neste caso, o pagamento será feito em dinheiro e com valor certo, não havendo lugar a trocos. O bilhete adquirido a bordo tem o custo de dois euros por viagem.

Com o aumento gradual esperado de procura e com o regresso da utilização da porta da frente pelos passageiros, os motoristas da STCP passarão a dispor de viseira, máscara e gel desinfetante, com o propósito de reduzir a exposição destes profissionais e clientes da empresa a possíveis situações de contágio.

A zona de segurança do motorista mantém-se em vigor – encontra-se devidamente assinalada – e deve ser respeitada pelos clientes, de modo a reforçar a segurança dos motoristas e passageiros.

Os lugares mais próximos do motorista também não poderão nesta fase ser utilizados pelos clientes e estarão devidamente assinalados.

A STCP irá manter as ações de higienização das viaturas, ao longo do dia, de modo a reduzir potenciais riscos de contaminação, bem como uma desinfeção por nebulização diariamente.

A maior operadora de transportes públicos da área metropolitana do Porto está ainda a ultimar a instalação de cabines no posto de condução, para maior proteção no contacto entre motoristas e passageiros, processo que estará concluído no decorrer do mês de maio e que envolve a totalidade da frota da STCP (mais de 400 viaturas).

A utilização de máscaras nos transportes públicos é obrigatória e trata-se de uma medida que deve respeitada por todos os passageiros no acesso aos autocarros.

Face à imposição de disponibilizar apenas dois terços dos lugares para passageiros no atual Estado de Calamidade em vigor, está a empresa a ponderar reforçar a frequência de circulação dos respetivos meios de transportes?
Sim, a STCP estava a oferecer uma oferta na ordem dos 65% de viagens durante o Estado de Emergência para uma imposição de lotação na ordem de um terço da lotação dos autocarros e está agora, no atual Estado de Calamidade, a reforçar a oferta para 95% de viagens, quando a lotação dos autocarros também aumenta para dois terços da lotação.

Neste sentido, a STCP reforçou de imediato, desde a passada segunda-feira, dia 4 de maio, a oferta no modo autocarro, passando a vigorar, até agosto, o denominado horário ‘Férias Escolares’, que traduz uma oferta superior a 95% das viagens normais aos dias úteis, e oferta a 100% para sábados, domingos e feriados.

Com maior detalhe, podemos referir que das 70 linhas da STCP em modo autocarro, 33 voltam já ao horário ‘Normal’, assumindo estas 100% da oferta habitual, e somente 37 adotam o horário de ‘Férias Escolares’.

Numa altura em que se estima que o crescimento da procura seja ainda lento, não se preveem problemas de lotação nas linhas da STCP com este nível de oferta disponibilizado. Mas, tal como tem vindo a fazer desde o início de março, a STCP continuará a realizar monitorização dia-a-dia e fazer os ajustes que se verifiquem necessários, e de acordo com a frota disponível.

Com o regresso das validações, já será possível realizar a contabilização do número de passageiros de uma forma mais fidedigna.

Considera-se que a capacidade que a STCP tem instalada de oferta de 95% dos números normais, será suficiente para acomodar as lotações máximas definidas, perspetivando-se viagens com segurança para os clientes da empresa.

Nestes primeiros dias de operação não houve, em qualquer viagem da STCP, problemas de cumprimento da lotação definida.

A empresa está a ponderar a distribuição de máscaras aos passageiros?
A STCP, na sua operação, não dispõe de lojas físicas ou balcões de atendimento ao público, pelo que não se perspetiva a venda destes produtos por parte da empresa. A STCP divulgou amplamente a obrigatoriedade das máscaras e verifica-se que quase 100% dos passageiros vêm munidos das mesmas, não tendo havido problemas a assinalar, salvo exceções muito, muito pontuais.

De que forma é que será assegurada a fiscalização das orientações?
De acordo com o ponto 6 do artigo 13ºB do Decreto-Lei n.º 20/2020 “em caso de incumprimento, as pessoas ou entidades referidas no número anterior (onde se incluem os meios de transporte) devem informar os utilizadores não portadores de máscara que não podem aceder, permanecer ou utilizar os espaços, estabelecimentos ou transportes coletivos de passageiros e informar as autoridades e forças de segurança desse facto caso os utilizadores insistam em não cumprir aquela obrigatoriedade”.

A STCP acordou com as autarquias dos municípios onde tem operação (Gaia, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto e Valongo), uma operação de cooperação na manutenção de Ordem Pública, através das Polícias Municipais, com o intuito de se evitar a sobrelotação dos autocarros ou o não cumprimento, por parte dos passageiros, das regras que agora regressam.

Tem havido da Polícia Municipal do Porto uma atuação regular de acompanhamento nos autocarros da STCP que muito ajuda a que todos os clientes sigam viagem com confiança e segurança nos transportes públicos.

De que forma é que as medidas em vigor vão sobrecarregar os custos das empresas?
A procura reduzida traduz-se obviamente num problema de receita. É um problema que atravessa quase todos os setores de atividade nesta fase. No setor dos transportes em que as receitas registaram uma redução drástica, a relação entre a oferta e a procura está sujeita a uma reavaliação a prazo.

Se houver uma procura de transportes públicos mais estável ao longo do dia e com menos picos nas horas de ponta, abre-se uma oportunidade para as empresas de transporte conseguirem maiores níveis de eficiência.

Nesta fase, estamos a monitorizar esta nova realidade, muito recente, e iremos acompanhando para avaliarmos a melhor relação procura/oferta, de modo a conseguirmos apresentar uma empresa mais eficiente, mas respeitando os condicionalismos sempre definidos.

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