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Stress financeiro aumenta na África subsariana, diz Moody’s

A agência de notação financeira Moody’s considera que o risco de incumprimento nos países da África subsariana está a aumentar com a aproximação do pico de pagamentos da dívida, no princípio da próxima década.
2 Dezembro 2017, 14h11

Uma nota de análise enviada aos investidores, intitulada “Riscos de stress financeiro aumentam na região, especialmente no final da escala de rating”, citada pela agência Lusa, refere que “vários países” na África subsariana “mostram vulnerabilidades semelhantes às da crise da dívida dos mercados emergentes no final dos anos 90”.

Desde o princípio da década, 15 países africanos emitiram dívida no valor de quase 30 mil milhões de dólares, sendo que só em 2014 e 2015 foram emitidos 14 mil milhões, cujo pagamento integral é devido nos primeiros anos da próxima década.

Na base do aumento da dívida pública está a capacidade que vários países africanos tiveram de “pedir emprestado de forma relativamente barata, com maturidades mais longas e com montantes mais elevados relativamente aos mercados financeiros nacionais, beneficiando da atratividade, do ponto de vista dos investidores, da melhoria das métricas da região, do forte crescimento económico e da busca por juros mais elevados”.

As finanças públicas de vários países africanos, como os lusófonos Angola e Moçambique, sofreram uma deterioração devido a estes fatores, o que explica a degradação da análise da qualidade do crédito soberano em 20 países, contra apenas duas subidas desde o início de 2015.

A média do rácio da dívida pública face ao PIB entre 2010 e 2013 estava nos 40% em Moçambique, e passou para 89% este ano, enquanto em Angola passou de 24% para 53% nos mesmos períodos, de acordo com os dados da Moody’s.

“Mesmo com reestruturações de títulos de dívida na África subsariana e noutras regiões, o mercado da dívida pública permanece aberto para a maioria dos países” que escolham emitir dívida, conclui a Moody’s.

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