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“Subimos mais um degrau nas nossas relações”, diz António Costa sobre acordos com a China

O primeiro-ministro português reuniu-se esta quarta-feira com o Xi Jinping, tendo sido assinado 17 acordos em diversas áreas, como comércio e a tecnologia.
  • Cristina Bernardo
5 Dezembro 2018, 13h50

O primeiro-ministro salientou o aprofundar das relações entre Portugal e a China, na sequências dos 17 acordados assinados entre os dois países, esta quarta-feira. Em conferência de imprensa conjunta com o presidente chinês Xi Jinping, em Lisboa, António Costa, referiu que a “boa relação” não se limita apenas aos Governos, mas “a toda a sociedade”.

“Estão criadas as condições para poder reforçar as nossas relações bilaterais”, disse António Costa, destacando os avanços económicos e culturais. “Podemos dar passos concretos no estreitamento das nossas relações”, acrescentou.

António Costa destacou a assinatura dos 17 acordos entre Portugal e a China em áreas estratégicas, que já tinha sido anunciado e ocorreu no último dia da visita do líder chinês a Portugal. Os acordos versam sobre diversas áreas como o comércio, a cultura, a área tecnológica e investigação científica, agricultura, a água e os media.

O primeiro-ministro assinalou que a relação bilateral irá além das relações económicas, destacando as relações culturais. “A importância de afirmação estratégica da inicitiva “One Belt, One Road”, pode traduzir-se também ao nível das ligações.”, disse, acrescentando que “subimos mais uns degraus na nossa relação”.

António Costa realçou que a visita do presidente chinês “ocorre em momento particularmente importante”, quando no próximo se celebram 40 anos das relações diplomática entre os dois Estados. “A nossa relação funda-se em mais de cinco séculos de convivência e foi sendo reafirmada e confirmada ao longo de séculos”, acrescentou.

O investimento chinês cresceu substancialmente em Portugal desde 2011, estando o capital chinês presente em empresas como a EDP, REN, BCP, entre outras. A visita do líder chinês acontece numa altura decisiva para os investimentos chineses no setor energético português.

Por um lado, cresce a pressão política e regulatória no sentido de uma redução das chamadas “rendas” da energia. Em 2012, quando a China Three Gorges (CTG) entrou no capital da EDP, durante a última fase de privatização da empresa, as “rendas” energéticas pareciam asseguradas. Mas este cenário mudou nos últimos anos, causando visível desagrado nos chineses, que têm insistido no cumprimento do que consideram ser compromissos assumidos pelas autoridades portuguesas aquando da privatização da EDP e da REN.

Por outro lado, está em curso uma OPA da CTG sobre a EDP. Seis meses após o anúncio, o negócio aguarda a aprovação dos reguladores na Europa e nos EUA, tendo o calendário para as aprovações regulatórias passado do final deste ano para o início do próximo.

Esta terça-feira, o presidente chinês reuniu-se com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciando que o líder português irá visitar a China em ano para participar no fórum “uma faixa uma rota”, a convite do homólogo. Em conferência de imprensa conjunta, Marcelo Rebelo de Sousa destacou os laços que unem a China e Portugal e relembrou os anos de “convivência harmoniosa” entre Portugal e a China durante a presença portuguesa em Macau.

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