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O sucessor de Juan Carlos que gosta de carros e literatura

Porta-estandarte nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, Felipe VI foi visto como chance de dar um novo impulso à monarquia
  • REUTERS / Sergio Perez
25 Novembro 2016, 10h19

Carros, Literatura, vela, motas: as paixões são comuns às de qualquer ser humano, mas o apreciador daquele quarteto de preferências tem o nome completo marcado pela imponência – Felipe Juan Pablo Alfonso de Todos los Santos de Borbón y Grécia – e assumiu a responsabilidade de suceder ao pai com o estatuto de rei de Espanha.

Juan Carlos, o monarca da transição pacífica entre a ditadura de Franco e a democracia, com um reinado de quase 40 anos, abalado pelos atentados terroristas (da ETA e de âmbito internacional), abdicou a 2 de junho de 2014, algo que se tornou oficial a 19 desse mês. O filho subiu ao trono por entre fortes críticas ao antecessor, acusado de não ter pulso para travar o recrudescimento das pulsões nacionalistas, em especial na Catalunha.

Nascido a 30 de janeiro de 1968, em Madrid, como terceiro filho dos reis Juan Carlos e Sofia, Felipe superou as duas irmãs na linha direta de sucessão à coroa. Enquanto o pai chegou a enfrentar um golpe de Estado falhado a 23 de fevereiro de 1981, o jovem estudava num colégio privado (Los Rosales). Foi praticante de vela, porta-estandarte nos Jogos Olímpicos de Barcelona, passou por universidades espanholas e academias militares, licenciando-se em Direito, além de ter sido comandante dos exércitos da terra e do ar e capitão de corveta na Armada.

Nos EUA frequentou a Lakefield College School e a Universidade de Georgetown, obtendo mestrado em Relações Internacionais. Cresceu até aos 197 centímetros, namoriscou a aristocrata Isabel Sartorius e a modelo Eva Sannum, mas seria a plebeia Letizia Ortiz, pivot televisiva e divorciada, a conquistá-lo. Celebrado em maio de 2004, o casamento trouxe duas filhas: Leonor e Sofia.

Em maio de 2012, já o casal fora recebido por Cavaco, então com estatuto de príncipes das Astúrias. No passado mês de março, quando endereçou, em Madrid, o convite para a visita dos reis, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que fora Cavaco o último a realizar visita de estado, em 2006. E manifestou-se desfavorável a uma posição exclusiva do país vizinho no sistema financeiro português. “É importante uma presença significativa, não exclusiva”, defendeu Marcelo.

Em julho de 2014, quando veio a Lisboa na que foi a segunda visita oficial como rei (a primeira foi ao Vaticano), Felipe aproveitou para agradecer o acolhimento que fora dado ao seu avô, deixando convicção e disponibilidade: “Portugal e Espanha partilham interesses comuns, problemas comuns e vontade de trabalho, ombro a ombro, para dar resposta aos grandes desafios que nos coloca o século XXI. Aqui fica o nosso compromisso de fazer valer a história que nos antecede e projetar esta relação para o futuro, a bem dos espanhóis e dos portugueses.”

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