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Swappie encaixa mais 108 milhões para tornar compra de iPhones recondicionados o novo normal

O plano da startup finlandesa é ambicioso: contratar mais mil pessoas até ao final de 2022, sobretudo técnicos de reparação, para melhorar a qualidade dos smartphones e vulgarizar a compra de telemóveis que foram utilizados ou expostos em loja e são vendidos a preços mais baixos.
15 Fevereiro 2022, 08h30

A Swappie, um marketplace de compra e venda de iPhones recondicionados, fechou uma ronda de investimento série C de 108 milhões de euros liderada pela sociedade de capital de risco norueguesa Verdane, avançou ao Jornal Económico (JE) a chefe de operações da tecnológica, Emma Lehikoinen. O plano é ambicioso: contratar mais mil pessoas até ao final de 2022, para que a compra de smartphones que foram utilizados ou expostos em loja e são vendidos a preços mais baixos se tornem o “mainstream”.

A Chief Operating Officer (COO) da Swappie garante que está a haver uma alteração dos padrões de consumo de eletrónica, mas há espaço para uma transição mais acelerada para a economia circular e, mais especificamente, para a redução do lixo eletrónico na Europa, onde já vendeu um milhão de iPhones recondicionados.

“Vimos que a oportunidade de mercado é muito grande e o potencial desta indústria encontra-se ilimitado. Estamos a crescer rapidamente e a expandir-nos na Europa a uma grande velocidade desde 2016 mas quando olhamos para o mercado vemos que estamos muito no início. Ainda falta acontecer a mudança que aconteceu no sector automóvel nos anos 90 com os veículos usados”, argumenta.

O novo financiamento, além da recém-chegada Verdane, contou ainda com a participação de antigos investidores como a TESI, a Lifeline Ventures, a Reaktor Ventures e a Inventure, que apoiarão no processo de construção de mais centros de operações [unidades de reparação de iPhones] noutras cidades além de Helsínquia e Tallinn – um escopo que também consta no plano.

“É muito importante para nós sermos locais, portanto estamos a localizar as nossas operações, torná-las mais próximas das pessoas. Queremos disponibilizar aos nossos clientes as melhores opções de entrega das encomendas, de pagamento…”, explica Emma Lehikoinen ao JE, esclarecendo que esse também é um dos motivos pelos quais as próximas contratações serão maioritariamente de técnicos de reparações de iPhones, além de engenheiros informáticos, especialistas em desenvolvimento de produto e marketers.

O foco manter-se-á: o telemóvel da Apple que lhes chega danificado ou com marcas de uso e, depois, passa pelas mãos de vários engenheiros para reparação até estar no bolso dos consumidores. Como a Swappie detém toda a cadeia de valor – uma vez que construiu uma fábrica própria onde os aparelhos são sujeitos a 52 testes, reparados e ficam com garantia de dois anos – não prevê lançar-se na reparação e revenda de outros produtos da Apple (Macs, iPads, EarPods…) ou mesmo de outras marcas. “Somos mesmo muito bons a reparar iPhones”, brinca a COO da concorrente da Forall Fones, Reboxed e BackMarket.

Fundada em 2016, a Swappie está hoje presente em 15 países europeus, com uma equipa de 1.200 colaboradores, de cerca de 30 nacionalidades, incluindo um country manager português. “Estamos muito felizes com o nosso crescimento em Portugal. Acho que os portugueses receberam [o negócio dos recondicionados] muito positivamente, pela alta qualidade. Ouço sempre que os portugueses adoram smartphones”, admite Emma Lehikoinen, sem detalhar as vendas nacionais.

Em 2019, a Swappie teve uma faturação de 31 milhões de dólares (aproximadamente 26 milhões de euros), mais 22 milhões de dólares (19 milhões de euros) de vendas face ao ano anterior. Em junho de 2020, a startup de Helsínquia fechou uma ronda de investimento (série B) de 40 milhões de dólares (cerca de 35,8 milhões de euros) que lhe permitiu avançar com a expansão para Portugal, Itália e outros países da Europa, como Alemanha, Irlanda, Países Baixos e, mais recentemente, Espanha.

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