O fim de ciclo de um governo em negação
Daniela Silva, Doutorada do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa
A viragem de ano é um momento que convida à introspecção. Quando um país parece condenado a repetir padrões indesejáveis, é essencial pensar nos aspectos internos que ajudam a explicá-los, em lugar de lançar culpas às contingências externas, ao mundo que mudou, à oposição política, a governos antecessores ou até às intempéries climáticas.
O ano 2022 foi repleto das sobejamente conhecidas fragilidades que atrasam o progresso nacional, a saber, o conformismo face à excessiva governamentalização da sociedade, o monolitismo de sectores essenciais como a saúde, a educação e os transportes, a tolerância...