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TAP. Luís Rodrigues assume funções na sexta-feira (com áudio)

O até então líder da SATA vai acumular os cargos de CEO e chairman da companhia aérea já esta sexta-feira, substituindo Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, que foram demitidos pelo Governo há mais de um mês.
12 Abril 2023, 19h06

Luís Rodrigues assume os comandos da TAP já esta sexta-feira, 14 de abril. O gestor substitui Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, acumulando desta forma os cargos de CEO e chairman, respetivamente.

“O novo PCA e presidente da Comissão Executiva da TAP S.A. e da TAP SGPS, Luís Rodrigues, vai assumir funções na sexta-feira, dia 14 de abril”, indicou, em comunicado o Ministério das Finanças. Este responsável, que até então liderava a SATA, foi escolhido pelo Governo para substituir Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, que foram demitidos pelo acionista Estado.

Recorde-se que Beja e Widener foram demitidos há mais de um mês, a 6 de março, no dia em que foi conhecido o parecer da Inspeção-Geral de Finanças. Da parte do Governo, as demissões são “por justa causa”, um veredicto que a gestora francesa já admitiu vir a contestar em tribunal.

Quanto a Manuel Beja, que foi ouvido ontem na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, fica a dúvida. O até então presidente do Conselho de Administração foi muito claro na terça-feira, ao dizer que só iria contemplar uma ação judicial quando fosse de facto despedido – algo que ontem à noite ainda não tinha sido formalizado. Contudo, à semelhança da ex-CEO e da ex-administradora Alexandra Reis, fez-se acompanhar no Parlamento pelo seu advogado.

Desta forma, Rodrigues assume dois terços do Conselho de Administração da TAP depois de, também hoje, ter sido aprovada a sua condução para o cargo em Assembleia Geral de Acionistas. O maior desses acionistas – o Estado – foi representado pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF).

O plenário desta quarta-feira serviu ainda para deliberar, por fim, sobre os procedimentos legais previstos no que diz respeito à demissão de Beja e Widener – que se têm mantido em funções a aguardar um prazo, que se soube hoje ser amanhã, 13 de abril.

Recorde-se que na base do relatório elaborado pela IGF no início de março, a pedido do Governo, estava a polémica indemnização paga à antiga administradora e ex-secretária de Estado Alexandra Reis, que recebeu da companhia aérea um pacote compensatório de 500 mil euros, que a IGF veio a considerar “indevido”.

Ainda assim, e mais de um mês depois da decisão vinculativa, a administradora disse na CPI já ter contactado tanto a TAP como a IGF para proceder à devolução de parte do montante recebido – cerca de 450 mil euros. Alexandra Reis disse aos deputados que não obteve até então nenhuma resposta sobre essa devolução.

A polémica em torno da gestão interna da TAP estalou com o caso Alexandra Reis, cujo afastamento levantou algumas questões que são agora alvo de inquérito na Assembleia da República.

“Ficam assim reunidas as condições para que a TAP inicie uma nova etapa, capaz de assegurar o foco na implementação bem-sucedida do plano de reestruturação da empresa, para a qual o contributo diário de todos os trabalhadores é imprescindível”, diz ainda o gabinete de Fernando Medina.

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