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TAP: Pilotos, tripulantes e técnicos de manutenção juntam-se hoje em “marcha silenciosa” (com áudio)

O objetivo, dizem, “é a melhoria contínua da qualidade do serviço que presta aos seus clientes e a sustentabilidade da própria empresa, mantendo os elevados padrões de segurança da operação pelos quais fomos sempre reconhecidos”.
16 Agosto 2022, 06h49

Três sindicatos do sector da aviação convocaram para hoje uma “marcha silenciosa” para “continuar a chamar a atenção de todos” para a situação que, “infelizmente, hoje se vive na TAP Air Portugal”.

Na sexta-feira, as direções do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) e do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) anunciaram o protesto, que junta “pela primeira vez na história da aviação nacional, pilotos, pessoal de cabine e técnicos de manutenção”.

“No dia 16 de agosto, às 08:30, com partida do Campo Pequeno e chegada ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, iremos mais uma vez, abdicar de folgas, férias e dias livres, garantindo assim que nenhum passageiro é prejudicado por este nosso protesto”, lê-se no comunicado conjunto.

O objetivo, dizem, “é a melhoria contínua da qualidade do serviço que presta aos seus clientes e a sustentabilidade da própria empresa, mantendo os elevados padrões de segurança da operação pelos quais fomos sempre reconhecidos”.

“Os trabalhadores e os passageiros estão juntos quando viajam e estão juntos nesta luta pelo alinhamento entre as opções de gestão e aquilo que o país necessita da TAP”, dizem os três sindicatos, afirmando ainda que “os aviões [da TAP] não voam sem pilotos, sem pessoal de cabine e sem uma boa manutenção nem chegam a sair do chão”.

Na semana passada, o Sitema manifestou-se preocupado com “o rumo” da TAP, repudiando e lamentando “profundamente” a decisão da administração de recorrer a fornecedores externos onde trabalham técnicos despedidos pela operadora aérea.

Também o SPAC acusou a gestão da TAP de “desperdiçar” as receitas do verão com “milhões de erros” ao longo do ano, com a contratação externa de serviços.

Em comunicado, a direção do SPAC reiterou os alertas para os “milhões de erros” de gestão na TAP, “que desperdiçam as receitas geradas este verão, fruto de uma elevada atividade operacional, que comprometem a recuperação e o futuro da Empresa, bem como o esforço dos contribuintes portugueses”.

Já na semana anterior, o SNPVAC tinha anunciado um pedido de reunião urgente ao Governo, depois de a TAP ter contratado uma nova prestação de serviços externa (ACMI), segundo uma nota enviada aos associados.

Na mensagem a que a Lusa teve então acesso, o SNPVAC disse que foi informado de “que a TAP recorreu a mais uma prestação externa de serviço de outra companhia, denominada por ACMI” e que “pelos vistos virou moda”.

Entretanto, no sábado, a TAP afirmou à Lusa que, até à data atual, gastou menos em alugueres de aviões com todos os serviços incluídos do que em 2018 e 2019, contrariando acusações de sindicatos.

“Desde o início do ano e até à data atual, a TAP está gastar em ACMI [aluguer de aviões com tudo incluído – Aircraft, Crew, Maintenance e Insurance – avião, pessoal, manutenção e seguros] apenas 45% do que gastou em 2018 e 70% do que gastou em 2019, no mesmo período”, disse fonte da TAP à Lusa.

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