[weglot_switcher]

Taxa de rotatividade estabiliza mas disparidades salariais permanecem nas empresas de recursos humanos

Estudo da empresa Factorial revela que a digitalização do setor dos RH está a consolidar-se em Portugal, com cerca de 84% das empresas digitalizadas. Mas há outras questões, como o facto de serem os homens quem recebe melhores salários, em todos os cargos e em todas as faixas salariais.
19 Fevereiro 2022, 12h31

A gestão de talento em Portugal manteve-se estável em 2021: a taxa de rotatividade nas empresas estabilizou nos 55%, os ‘onboardings’ (novas integrações) subiram cerca de 29% e os ‘offboardings’ (saídas) diminuíram cerca de 24%. Esta é uma das conclusões do estudo de RH 2022 da empresa de software para a gestão dos Recursos Humanos, Factorial.

O estudo revela disparidades salariais relevantes entre géneros: apesar de cerca de 63% dos cargos de RH serem ocupados por mulheres, são os homens quem recebe melhores salários, em todos os cargos e em todas as faixas salariais.

Como na maior parte dos países, em Portugal o teletrabalho “melhorou o bem-estar dos colaboradores, conseguindo-se um maior equilíbrio entre trabalho e família e uma maior flexibilidade de horários. Ainda assim, a incerteza ligada à pandemia levou ao aumento do stress das equipas”. Com efeito, segundos os dados avançados pela Factorial, 22% dos inquiridos admitiu que, desde o início da pandemia, a sua produtividade foi afetada pelo stress. Já cerca de 16% disse acreditar que as empresas ainda não colocam a redução do nível de stress como uma prioridade, e apenas 10% referiu que a sua organização implementou medidas para combater este fenómeno.

Neste sentido, a Factorial conclui que o grande desafio de 2022 estará em colocar o foco na saúde mental dos colaboradores.

Segundo o estudo, o nível de digitalização do setor dos RH em Portugal é bastante significativo: 84,2%. Contudo, o número fica abaixo dos níveis atingidos em países como o Reino Unido (96%),  Alemanha (94%), Espanha e França (ambos 91%); sendo equiparável apenas ao da Itália (84%).

“O ritmo de digitalização de Portugal é muito promissor em termos laborais, e o salto para o cenário digital é cada vez mais percetível”, avança a Factorial. De facto, cerca de 46% dos colaboradores nacionais reconhece ter aumentado a produtividade graças ao teletrabalho e 74% valoriza o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal que agora consegue ter.

Já na América Latina, países como a Argentina, Colômbia, México e Brasil apresentam níveis de digitalização que variam entre os 70-80%, demonstrando que seguem ritmos diferentes da Europa, mas também com uma clara tendência para o teletrabalho e a digitalização dos RH. Finalmente, os EUA, com quase 300 milhões de utilizadores conectados à Internet, apresentam uma digitalização na ordem dos 90%.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.