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Taxa fixa nos créditos à habitação perde peso antes da subida dos juros

A taxa de juro variável representou 84,9% dos contratos celebrados em 2021 para a compra de casa, enquanto a taxa fixa passou a representar 5,1% do número de créditos (face a 5,6% um ano antes).
14 Julho 2022, 15h23

A taxa variável nos créditos da casa tem sido a principal opção para as famílias portuguesas nos últimos anos, aproveitando aquele que tem sido um cenário de taxas de juro muito baixas. Esta tendência reforçou-se no ano passado, ao mesmo tempo que a taxa fixa perdeu peso. Um cenário que deixa a grande maioria dos particulares exposta à inversão do ciclo de taxas de juro.

“A taxa de juro variável representou 84,9% dos contratos celebrados em 2021 e 84,7% do montante de crédito concedido, proporções superiores às de 2020 (respetivamente, 82,5% e 83%)”, indica o Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito de 2021, divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

Em contrapartida, refere, “diminuiu a importância dos contratos com taxa mista (que têm um período inicial de taxa fixa seguido de um período de taxa variável). Este tipo de taxa de juro passou a representar 10% dos contratos celebrados (11,9% em 2020) e 10,7% do montante de crédito concedido (12,1% em 2020)”.

Além disso, “diminuiu também ligeiramente a proporção dos contratos com taxa fixa, que representaram 5,1% do número de contratos celebrados e 4,6% do montante de crédito concedido (o que compara com 5,6% e 4,9% em 2020, respetivamente)”.

93% do “stock” de crédito exposto às Euribor

Olhando para o “stock” do crédito, os contratos a taxa variável representavam 93% do número de contratos em carteira no final de 2021 e 91,1% do saldo em dívida.

Já a “taxa mista correspondia a 5,6% dos contratos em carteira e a 7,3% do saldo em dívida, enquanto a taxa fixa continuava a ter um peso residual, representando 1,4% do número de contratos em carteira e 1,6% do saldo em dívida”, indica o regulador liderado por Mário Centeno.

Esta evolução regista-se numa altura em que as Euribor têm vindo a subir em todos prazos, estando positivas a três, seis e 12 meses e a acompanhar aquele que deve ser o rumo da política monetária.

O Banco Central Europeu prepara-se para subir as taxas de juro na próxima quinta-feira. Se tal se confirmar, será a primeira subida em mais de uma década. De acordo com os cálculos da Deco Proteste, a prestação mensal do crédito habitação pode subir 300 euros se Euribor a seis meses chegar a 2%.

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