O problema do vício nos telemóveis não é novo e já nem é o elefante na sala. As pessoas usam ‘e abusam’ dele, utilizam-no para questões do foro pessoal e profissional e tornou-se numa agenda, numa máquina fotográfica, num despertador ou até no nosso medidor de passos e frequência cardíaca, fazendo mossa nos objetos que, antes, tinham o monopólio destas funções. Qual foi a última vez em que desligou o alarme na mesa-de-cabeceira (sem ser com o do telemóvel)? Talvez o relógio de pulso seja o aparelho que ainda escape ao império dos smartphones, uma vez que criaram uma sociedade amigável com os smartwatches.
A Motorola desenvolveu um estudo sobre o balanço telemóvel-vida das pessoas, onde um terço (33%) dos respondentes admitiu preferir o telemóvel a conviver com aqueles de quem gostam e mais de metade dos inquiridos (65%) admitiu que entra em “pânico” quando pensa que perdeu o smartphone. O “Motorola Phone-Life Balance Study” trouxe à tona outra realidade (ainda mais) problemática: os jovens e adolescentes nascidos entre 1995 até 2010 [Geração Z] vêem no telemóvel um “melhor amigo”.
Em parceria com Nancy Etcoff, psicólogo e especialista em comportamento mente-cérebro e Ciência da Felicidade na Universidade de Harvard, a multinacional norte-americana e criadora do primeiro telemóvel no mundo descobriu que há sobretudo três comportamentos problemáticos: verificação compulsiva – quase metade das pessoas (49%) concordam que verificam o telefone com mais frequência do que gostariam -, tempo excessivo ao telefone – 34% acredita que seria mais feliz se gastassem menos tempo ao telefone (34 por cento) – e dependência emocional – três em cada dez diz que quando eles não está ao telefone está a “pensar em usá-lo ou planear a próxima vez em que vai puder usá-lo”.
“Para a maioria dos utilizadores de smartphones, os seus comportamentos problemáticos são respostas insensatas e maus hábitos que precisam de ajuda para serem superados (…).O amplo padrão social descoberto nesta investigação de vários países destaca a necessidade de compreensão e ação coletiva”, afirma Nancy Etcoff.
Apesar destes números, a maioria dos participantes (60 por cento) sabe que é importante ter uma vida separada de seus telemóveis. A análise, publicada na semana passada e realizada a partir de um inquérito online a 4.418 pessoas com smartphones entre os 16 a 65 anos nos Estados Unidos da América, Brasil, França e Índia, teve como objetivo ajudar a criar um equilíbrio entre telefone e a vida pessoal. A Motorola está a trabalhar na app SPACE Phone-Life Balance, que oferece um programa de 60 dias para ajudar os utilizadores a tornarem-se mais conscientes do uso do telefone.
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