[weglot_switcher]

Tecnológica de Lagos quer contratar mais de 100 pessoas em Portugal e Espanha

“Estamos à procura de um espaço maior, uma sede inspirada em Silicon Valley no coração do Algarve. Contamos também abrir um espaço de co-working em Lisboa”, diz o cofundador e chefe de operações da Brandhero.
4 Janeiro 2022, 07h40

“Todas as marcas precisam de um herói”. É sob este lema que opera a empresa portuguesa de e-commerce Brandhero, que no ano passado se lançou no negócio milionário dos agregadores – empresas que compram marcas que vendem produtos na Amazon para as escalar – e em apenas um mês aumentou a sua avaliação para 50 milhões de euros, ao encaixar 5 milhões de euros com business angels.

A raiz da Brandhero está na cidade algarvia de Lagos, onde trabalham 14 dos atuais 40 trabalhadores e onde terá de haver espaço para mais funcionários até ao final deste ano, uma vez que o objetivo é contratar 160 talentos para Portugal e Espanha (Madrid) em 2022. A capital também será alvo de investimento, mas ainda é cedo para colocar valores em cima da mesa, segundo o empreendedor espanhol Lucas Villanueva.

“Vamos abrindo posições de acordo com as necessidades de negócio. Prevemos contratar este ano nas diversas áreas de negócio, das quais financeiro (M&A), corporate, marketing, recursos humanos, cadeia de abastecimento/logística, vendas (desenvolvimento de negócio), Tecnologia (dados, inteligência artificial), serviço ao cliente e jurídico”, detalha Lucas Villanueva, cofundador e Chief Operating Officer (COO), ao Jornal Económico (JE).

“Lagos é a casa da nossa sede de operações. Estamos à procura de um espaço maior, uma sede inspirada em Silicon Valley no coração do Algarve. Contamos também abrir um espaço de co-working em Lisboa, de forma a podermos apostar nos talentos que não tenham a oportunidade para se relocalizarem no sul do país”, refere Lucas Villanueva, que gere o mercado ibérico. “O valor vai depender das necessidades de negócio e contratações”, sublinha o COO da Brandhero ao JE.

A empresa de Lagos tem quatro meses de vida e quatro sócios (Heini Zachariassen, que é CEO do unicórnio do e-commerce Vivino, Carsten Bang Jensen e Jesper Birch, que estiveram envolvidos no exit da Outpost24 e Lucas Villanueva) e opera no mercado dos agregadores, que continua a florescer. Para se ter uma noção, só em 2021 foram investidos cerca de 12 mil milhões de dólares (aproximadamente 11 mil milhões de euros) em empresas desta área.

É como se a Amazon fosse um negócio que cria negócios lá dentro. Ou seja, o marketplace global gera oportunidades de investimento (para os chamados agregadores) porque aparecerem 3 mil novas marcas por ano na plataforma que acabam por faturar mil milhões de dólares e são um alvo de interesse.

Por exemplo, a Brandhero faz o mesmo que a Thrasio ou a Yaba: compra empresas que vendem na Amazon e têm um volume de negócios baixo mas atrativo. Neste caso, a ideia dos sócios passa por adquirir 40 marcas em 2022, desenvolvê-las nível mundial e alcançar perto de 100 milhões de euros em receitas. “Não temos preferência pelo país de origem dos negócios, exploramos maioritariamente negócios FBA (Fulfilled by Amazon, ou que já vendam com sucesso na Amazon), independentemente de que parte do mundo sejam”, explica Lucas Villanueva, que tem mais de dez anos de experiência com a plataforma de logística da Amazon, ao JE.

As aquisições em vista seguem-se à compra da espanhola Amazing, a primeira agência de marketing da Amazon no país vizinho, que trabalhou com mais de uma centena marcas, entre as quais L’Oreal, Electrolux, Tous ou Panasonic.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.