O principal desafio do mercado laboral a nível global é a qualidade do emprego, com um elevado número de postos de trabalho a não garantirem a segurança económica e um nível de vida adequado aos trabalhadores. A conclusão é do relatório World Employment Social Outlook, publicado esta quarta-feira pela Organização Internacional do Trabalho e que se debruça sobre as perspetivas sociais e de emprego no mundo este ano.
“Segundo os mais recentes dados recolhidos para o Relatório WESO a maioria das pessoas que, em 2018, estava a trabalhar tinha um emprego que não garantia a segurança económica e um nível de vida adequado”, assinala o estudo.
O relatório identifica ainda que o progresso na redução do desemprego a nível mundial não se refletiu na melhoria da qualidade do trabalho.
“Em 2018, a maioria dos 3.330 milhões de pessoas empregadas no mundo sofreram défices de bem estar material, de segurança económica e de igualdade de oportunidades, e careceram de um nível suficiente de desenvolvimento humano”, assinala o relatório, que acrescenta: “Ter emprego nem sempre garante condições de vida dignas”.
De acordo com os dados analisados, muitos trabalhadores precisam de aceitar postos de trabalho informais e mal remunerados e têm pouco acesso à proteção social e aos direitos laborais.
De acordo com a análise mantêm-se “uma série de grandes défices de trabalho digno”. Neste sentido, a OIT alerta que a “manterem-se os atuais níveis de progresso pode ser irrealista alcançar a meta de trabalho digno para todas as pessoas” em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular com o ODS 8.
Deborah Greenfield, diretora-geral adjunta da OIT para as políticas, referiu, em comunicado, que este objetivo “não é apenas sobre o pleno emprego, mas sobre a qualidade desse emprego”, acrescentando que a “igualdade e o trabalho digno são dois dos pilares que sustentam o desenvolvimento sustentável”.
O relatório destaca ainda a ausência de progresso relativamente às diferenças entre mulheres e homens no acesso ao emprego, identificando uma maior prevalência da subutilização da força de trabalho entre o sexo feminino. Segundo os dados analisados, a nível global apenas 48% das mulheres fazem parte da população ativa, que compara com 75% dos homens.
A OIT assinala ainda que um em cada cinco jovens – com menos de de 25 anos – não trabalha, não estuda nem está em formação.
No entanto, o relatório assinala progressos como uma diminuição da pobreza no trabalho nos últimos 30 anos, como por exemplo, em países de rendimento médio e um aumento no número de pessoas com formação escolar e/ou profissional.
“Se se evitar uma desaceleração significativa da economia, prevê-se que o desemprego diminua ainda mais em muitos países”, acrescenta a OIT.
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