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Terá o Facebook colocado Donald Trump na Casa Branca?

Colaboradores da rede social têm manifestado o seu descontentamento face à posição tomada pela rede social em relação à propagação de notícias falsas.
15 Novembro 2016, 17h41

Depois da eleição de Donald Trump para a Casa Branca, na passada terça-feira, os colaboradores da rede social Facebook têm-se reunido para questionar o papel que a rede social teve durante a campanha ao ‘castigar’ as páginas que ajudaram a propagar notícias falsas na rede social.

O método não é novo e já foi utilizado por outras entidades, tais como a Google. No entanto, devido às fortes criticas dirigidas ao Facebook depois de ter confirmado que penaliza as páginas de divulgação noticiosa falsa ou indevidamente fundamentada a circular na rede social, procurando reduzir a sua influência junto da opinião pública, levou alguns colaboradores de Mark Zuckerberg a decidirem formar um grupo secreto para lidar com a questão.

Em declarações ao BuzzFeed News, um dos colaboradores do Facebook afirma que o grupo já se reuniu duas vezes nos últimos seis dias e que é integrado por “dezenas” de colaboradores ligados à rede social. A fonte explica que até agora os encontros eram secretos, mas que o grupo planeia formalizar estas reuniões internamente e levar as recomendações acordadas aos principais executivos do Facebook.

Entre os funcionários do Facebook, vários têm manifestado descontentamento com a posição tomada pela rede social em relação às notícias falsas e “centenas” de outros funcionários gostariam de contribuir com o grupo, acrescenta a mesma fonte ao jornal online norte-americano.

Questionado sobre a influência do Facebook nas eleições presidências norte-americanas, um porta-voz da empresa fez saber que essa “é uma ideia bem maluca”. No entanto, o grupo ressalva que a ideia não é assim tão descabida: “O que é maluco é ele vir a público e recusar [a ideia] dessa forma quando ele sabe, tal como nós na empresa sabemos que as notícias falsas correram livremente na nossa plataforma durante toda a temporada da campanha”.

O Facebook tem nos EUA mais de 150 milhões de usuários e cerca de metade da população adulta declara que confia no Facebook como fonte de notícias, segundo um estudo do Pew Research Center.

Depois de nos últimos tempos o Facebook ter dedicado grandes esforços a impedir que os usuários publiquem violência e nudez na rede social, os funcionários em questão pedem que seja feito um maior controlo ao conteúdo falso nas timelines. Em 2015, o Facebook já havia prometido um combate mais amplo às notícias falsas, mas “há muito mais que poderíamos fazer usando as ferramentas que já temos à disposição para tirar do ar conteúdo ofensivo ou danoso”, assegura a fonte ouvida pelo BuzzFeed News.

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