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Terceira dose da vacina. “Decisão será tomada com base nos dados da proteção das vacinas”, diz membro de comissão técnica

Luís Graça, membro da comissão técnica de vacinação Covid-19, referiu na conferência de imprensa que a eficácia e efetividade das vacinas não pode ser medida exclusivamente com estes testes serológicos.
10 Agosto 2021, 12h47

A decisão sobre a necessidade de os portugueses levarem uma terceira dose da vacina contra a Covid-19, só será tomada “com base em dados da proteção que as vacinas continuam a manter, contra a doença que é causada por esta infecção e não por dados serológicos”.

A informação foi dada por Luís Graça, professor e membro da comissão técnica de vacinação Covid-19, durante a conferência de imprensa realizada esta terça-feira, 10 de agosto, onde esteve presente também Graça Freitas, diretora geral de saúde.

“A eficácia e efetividade das vacinas não pode ser medida exclusivamente com estes testes serológicos. Os ensaios clínicos que foram a base da autorização para a utilização das vacinas não se basearam em serologia, mas antes na eficácia das vacinas em prevenir infecções em pessoas vacinadas”, explicou o responsável.

Luís Graça destacou que em Portugal e noutros países tem existido uma monotirização contínua da efetividade das vacinas que vão sendo administradas na população para verificar “se existe uma perda de efetividade que se mede com um aumento do número de infecções, e se isso deve condicionar medidas para reforçar a proteção de grupos populacionais onde esta efetividade possa estar a decair”.

Questionado sobre o aumento da mortalidade em pessoas já vacinadas, o docente referiu que “os números podem ser enganadores”, dando o exemplo da população acima dos 80 anos, onde já existem 99% das pessoas com duas doses, mas muitas delas com uma condição muito frágil.

“Estando toda essa população já vacinada com duas doses e não tendo as vacinas uma eficácia de 100% é esperado que haja algumas infecções que poderão ser perigosas nessa população. Estando todas as pessoas praticamente vacinadas, todos os óbitos vão ser necessariamente em pessoas vacinadas e isto não significa que as vacinas não estão a ter a efetividade que nós esperamos”, salientou.

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