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Testes faz-de-conta em massa

Talvez por ter uma mentalidade científica, eu faço muitas perguntas. Infelizmente há demasiados decisores políticos e autoridades sanitárias que, para além de se deixarem dominar pelo medo, geralmente têm poucas dúvidas. Um certo desprezo pela liberdade individual apenas agrava este cocktail.
13 Dezembro 2021, 07h15

Vamos testar a população em massa. Para o jogo com o Benfica, uns jogadores do B-SAD num dia testam positivo, no dia seguinte o PCR dá negativo, e vice-versa! Nada de novo, a inutilidade apenas tornou-se um pouco mais mediática. E assim se combate uma pandemia: com testes faz de-conta e retirando liberdade às pessoas. Vale tudo, até confusão, medo e stress, que são imunodepressores. Tudo menos campanhas de esclarecimento sobre como reforçar o sistema imunitário e de sensibilização sobre hábitos de vida saudáveis. Já os imunizados com a última maravilha da indústria farmacêutica estão a salvo, apesar de continuarem a transmitir a peste, a terem de manter a distância, de usar máscaras fora da época de Carnaval, de haver quem fique permanentemente com manchas no rosto, com descolamento do vítreo, com as articulações inflamadas a ponto de terem de fazer fisioterapia, com os ossos fragilizados, miocardite, anafilaxia, e alguns até morrem com a peste. Isto só no curto prazo, a médio e longo prazo logo se vê. Quem se responsabiliza quando corre mal? A produtora, o governo? Não, ninguém se responsabiliza.

Está tudo certo, vai ficar tudo bem, incluindo a economia, porque apesar de haver mais desemprego, mais inflação e menos riqueza para distribuir, afinal basta distribuir dinheiro e tudo se resolve.

Como estão os níveis vitamínicos da população? E de minerais? E de ácidos gordos essenciais? E de aminoácidos essenciais? Estamos a criar um sistema para dar saúde em abundância, ou um sistema em que esperamos que as pessoas adoeçam para atuar sobre os sintomas? Será que a indústria farmacêutica conseguiu habilmente capturar os sistemas de saúde? Os médicos passam mais tempo a ler artigos científicos e a tentar compreender a estatística dos resultados, ou a ouvirem delegados de informação cujo objetivo é maximizar o lucro? Onde, ou quando, se aprende a importância de uma boa higiene do sono e em quê isso consiste? Onde se aprende a importância de beber muita água diariamente? Onde se aprende que as bebidas alcoólicas destiladas são drogas que prejudicam gravemente o cérebro, o coração e o fígado? Em que etapa da escolaridade é que se informam as crianças e jovens sobre os efeitos das batatas fritas, doces e refrigerantes no seu organismo? Porque se ouve falar diariamente de Covid-19 e não se ouve falar diariamente de alimentos, minerais e vitaminas que reforçam o sistema imunitário?

Porque não se ouve falar diariamente dos efeitos do sedentarismo, da baixa ingestão de frutas e verduras, do consumo de fast food, na saúde das pessoas? Porque se instalou na sociedade a ideia de que o cuidado com a nossa saúde é um assunto quase totalmente delegado em terceiros?

Talvez por ter uma mentalidade científica, eu faço muitas perguntas. Infelizmente há demasiados decisores políticos e autoridades sanitárias que, para além de se deixarem dominar pelo medo, geralmente têm poucas dúvidas. Um certo desprezo pela liberdade individual apenas agrava este cocktail.

Vou relembrar alguns dados estatísticos sobre Portugal em 2019 para que reflitamos todos: média diária de 306 mortos, das quais 92 por doenças cardiovasculares e 78 por tumores malignos. Comparemos estes valores com a média diária de mortes com Covid-19 em 2020: 19.

Acrescente-se que por mortes com Covid-19 contam-se pessoas que morreram com teste positivo ao SARS-Cov-2, ou seja, em muitos casos foi outra a causa de morte. Juntemos a esta comparação a triste realidade de doentes não Covid-19 estarem a ficar para trás e os reflexos dessa escolha começarem a refletir-se nas estatísticas da mortalidade. Estaremos a deitar fora a água da banheira juntamente com o bebé?

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