A empresa de eletrodomésticos Miele, que interrompeu o envio de eletrodomésticos para a Rússia em meados de março e congelou os investimentos no mercado russo, garante que o emprego e o salário dos mais de 230 trabalhadores em Moscovo estão assegurados, pelo menos, para os próximos seis meses.
Sem detalhar os planos para o segundo semestre, a fabricante de máquinas de lavar, fornos e aspiradores diz que o contexto geopolítico e as incertezas daí resultantes ditaram o cumprimento das sanções da União Europeia “até novo aviso” e o fecho das lojas físicas (Miele Experience Centers) e virtual passada – sem contar com os produtos para o sector da saúde, que ficaram isentos.
O grupo Miele teve um volume de negócios global de 4,84 mil milhões de euros no ano passado, depois de crescer 7,5% em termos homólogos. O mercado português apresentou uma performance superior à média e subiu a dois dígitos comparativamente a 2020 (+14%), mas foram sobretudo a Europa Oriental, a China e os Estados Unidos que mais contribuíram para os números particularmente forte.
Em 123 anos, a multinacional alemã nunca tinha vendido nem construídos tantos produtos, mas também se ressentiu com a crise dos chips. “Por um lado, o muito publicitado boom histórico no sector doméstico desencadeado pela Covid-19 proporcionou (e proporciona) um grande impulso. Por outro lado, a Miele sentiu o impacto da rotura nas cadeias de fornecimento mundiais, em particular no que diz respeito aos semicondutores”, argumentou a empresa de Gütersloh no relatório financeiro divulgado há duas semanas.
No país de origem, a Alemanha, as vendas atingiram 1,39 mil milhões de euros depois de subirem 5,1%. No final de 2021 – ano em que a empresa atingiu a neutralidade carbónica em todas as instalações – estavam empregadas no Grupo Miele um total de 21.921 pessoas em todo o mundo (das quais 11.397 na Alemanha), o que representa um máximo histórico e mais 977 do que em 2020.
“As perspetivas para o resto do ano, porém, são dominadas pelas repercussões políticas e económicas da guerra na Ucrânia, onde a Miele é representada pela sua própria filial, como é também o caso na Rússia. O conselho de administração e os colaboradores do grupo estão profundamente chocados com o sofrimento das pessoas na zona de guerra e nas rotas de saída. Há uma grande onda de solidariedade em todo o grupo, começando pela proteção dos 54 colaboradores da Miele na Ucrânia, e das suas famílias”, lê-se no documento das contas.
As 25 lojas da marca recentemente inauguradas foram Doncaster (perto de Melbourne), Düsseldorf, Edimburgo, Pequim, Tallinn e Varsóvia.
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