Atualmente, o ritmo da mudança é muito rápido e perspetiva-se que vai ficar ainda mais rápido nos próximos anos. As empresas mais bem-sucedidas não serão aquelas que “fazem” a transformação, mas sim aquelas em que a “mudança contínua” é uma parte intrínseca da cultura organizacional.
Três aspetos a considerar quando estamos a gerir um processo de melhoria continua:

1. Instituir um propósito para a transformação
Podemos fazer os investimentos mais corretos, nas ferramentas e tecnologias mais apropriadas, para desenvolver as ofertas mais oportunas, mas ainda falhar na transformação porque as pessoas não são as mais adequadas, a realizar as tarefas certas, nos locais certos, no momento certo.

Para que a transformação tenha sucesso, esta deve ter um argumento emocional. As pessoas só se envolverão com a transformação se acreditarem que a transformação lhes permitirá deixar um legado duradouro na forma de um novo processo, produto ou solução e melhorando a vida dos outros.

 

2. Desenvolver um ambiente colaborativo
A imprevisibilidade associada à transformação, juntamente com a escala e a velocidade, leva a que a transformação é melhor endereçada por um conjunto de organizações que trabalham juntas e de forma colaborativa. A ideia de que uma única organização pode absolutamente possuir e controlar a transformação de ponta a ponta está a tornar-se num conceito cada vez mais obsoleto, além de ser lento e muito arriscado.

É por isso que surge uma abordagem ágil, baseada em ecossistemas. Um conjunto de participantes num ecossistema reúne-se para trabalhar numa questão específica do mercado. Por meio da colaboração, desenvolvem produtos e soluções inovadores e podem até criar uma plataforma totalmente nova que venha a ser adotada como o padrão.

 

3. Definir uma estratégia tecnológica abrangente
As novas tecnologias abrem uma variedade de oportunidades para as empresas, não só de aperfeiçoarem os seus processos, mas também criarem novas fontes de receita. Uma boa estratégia de transformação equilibra esses dois aspetos e, ao mesmo tempo, leva em conta como a transformação digital está a afetar simultaneamente os concorrentes, os clientes, os fornecedores e outras partes interessadas da organização.

A estratégia deve reconhecer que o ritmo da mudança não é uniforme em todas as funções e processos do negócio. Põe-se também a questão sobre qual o ritmo a imprimir à mudança. Aqui há que considerar a citação de Jack Welch, ex CEO da General Electric: “Se a taxa de mudança externa excede a taxa de mudança interna, o fim está próximo.” Como a mudança é um processo interminável, as empresas mais bem-sucedidas serão aquelas que se transformam a um ritmo mais rápido que o mercado.

O ritmo e a velocidade dos avanços tecnológicos e a pressão sobre as organizações para se adaptarem significa que a transformação não se trata de planear um conjunto massivo de atividades. Em vez disso, trata-se de conseguir que colaboradores, clientes, parceiros e fornecedores adotem uma mentalidade única que acolha a noção de mudança perpétua. E a maneira de conseguir isso é através da definição do propósito de uma organização, bem como de sua cultura, filosofia e proposta de caminho a seguir.