Essas operações, com quinze pontos de bloqueio principalmente em estradas com tráfego intenso de mercadorias estrangeiras, devem terminar ao final da tarde, até para evitar riscos de segurança à noite, disse à agência France Prece Jean-Marc Rivera, da OTRE, a organização patronal que representa Pequenas e Médias Empresas (PME) francesas de transporte rodoviário e de logística.
Os bloqueios estão a causar fortes perturbações especialmente na região de Paris e nas autoestradas do centro-leste, sul e norte do país, disse o mesmo responsável.
Os transportadores rodoviários denunciam um aumento de dois cêntimos nos impostos sobre o gasóleo no projeto de lei do orçamento do Estado de França para 2020. Esta medida, que deve render 140 milhões de euros num ano, destina-se a financiar infraestruturas de transporte, segundo o Governo.
Jean-Marc Rivera defendeu que há competição injusta de empresas estrangeiras face a francesas, que não contribuem para o financiamento de infraestruturas e operam sem respeitar as mesmas regras (tanto em ordenados como em horário laboral dos trabalhadores), pelo que considerou que, se a lei for em frente, terão vantagem tributária no combustível.
Estes bloqueios ocorrem quando a França enfrenta desde quinta-feira uma greve geral contra a reforma do regime de pensões proposto pelo Presidente, Emanuel Macron.
A reforma da segurança social é sempre um tema muito sensível no país, estando a greve a afetar sobretudo os transportes públicos, mas também serviços públicos, como escolas e hospitais.
O Governo quer que haja um “sistema universal” de reformas que substitua, a partir de 2025, os 42 regimes atualmente existentes, dando a todos os trabalhadores os mesmos direitos.
As mudanças podem significar a perda de diretos adquiridos sobretudo para os trabalhadores do setor dos transportes, nomeadamente os ferroviários.
As negociações entre o Governo de Macron, os sindicatos e outros agentes sociais prolongam-se há vários meses, mas, em concreto, os detalhes sobre o plano só devem ser conhecidos durante a próxima semana.
O Governo afirmou que não vai alterar a idade de reforma (62 anos), mas os sindicatos também receiam que o prazo vá ser dilatado.
De acordo com dados estatísticos, sete em cada dez franceses trabalham no setor privado, mas a maior parte dos grevistas integram os serviços públicos do Estado francês.
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