A Comissão de Ética e Arbitragem do Livre vai analisar o caso Joacine: a abstenção da deputada numa votação sobre o ataque de Israel a Faixa de Gaza na passada semana no Parlamento.
Este órgão poderá propor à direção do Livre uma “atuação disciplinar, se for caso disso”, segundo comunicado Conselho de Jurisdição (CJ) deste partido. O membro do partido, e advogado, Ricardo Sá Fernandes, vai ser o relator deste parecer.
Esta comissão vai elaborar um parecer tendo em vista “apurar os factos subjacentes ao conflito entre o Grupo de Contacto e deputada do Livre e o seu Gabinete”.
Depois, “esclarecer, à luz dos factos em causa, as dúvidas existentes quanto à forma de estabelecer o adequado relacionamento entre os órgãos do partido e os seus eleitos para cargos políticos”.
A Comissão de Ética vai depois “propor soluções para os problemas suscitados”, e “propor atuação disciplinar, se for caso disso”. Este parecer deve ser apresentado no prazo de oito dias.
A polémica teve início no dia 23 de novembro quando o grupo de contacto do Livre, a direção do partido que conta com 15 membros, divulga um comunicado a criticar a abstenção da deputada Joacine Katar Moreira na votação – “condenação da nova agressão israelita a Gaza e da declaração da Administração Trump sobre os colonatos israelitas”.
A deputada veio depois a público dizer que não conseguiu contactar com o grupo de contacto do partido para saber o sentido de voto. Por sua vez, a direção do Livre argumentou que também não conseguiu entrar em contacto com o Livre.
A assembleia do Livre reuniu-se depois a 24 de novembro, onde emitiu um comunicado a assumir as “dificuldades de comunicação” entre direção e deputada, garantindo que os dois lados estavam a “trabalhar em conjunto para as resolver”.
A polémica agudizou esta semana quando o Público avançou que o partido falhou a entrega do seu projeto sobre a lei da nacionalidade, uma das bandeiras eleitorais do partido de esquerda.
Toda a polémica escalou quando o assessor da deputada, Rafael Esteves Martins, chamou um membro da GNR para tentar impedir que os jornalistas no Parlamento colocassem questões à deputada sobre a falha no prazo.
https://jornaleconomico.pt/noticias/joacine-escoltada-por-seguranca-dentro-do-parlamento-518756
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