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Trump desiste de ações judiciais em quatro estados

As ações judiciais apresentadas pela equipa legal de Donald Trump estão a cair por terra, quer seja por recusa do tribunal federal ou por desistência dos advogados do candidato republicano. Só na Pensilvânia, Trump desistiu de contestar 70 mil votos.
17 Novembro 2020, 11h22

Os advogados  da equipa de campanha de Donald Trump desistiram de avançar com quatro processos judiciais que impediam a certificação dos resultados em quatro estados determinantes — ou swing states, estados que não têm uma inclinação política fixada e que podem variar entre ciclos eleitorais — para as eleições presidenciais deste ano.

De acordo com a “CNN”, esta terça-feira, os casos tiveram vida curta nos tribunais federais do Wisconsin, Michigan e Pensilvânia — três estados onde Joe Biden foi o mais votado e que foram essenciais para lhe dar os 270 votos dos grandes eleitores — e Georgia — que, embora já não tenha um processo judicial, ao abrigo da lei, tem que recontar os votos devido à curta margem votos entre Trump e Biden— que serviram para alimentaram uma estratégia legal pró-Donald Trump para bloquear a vitória presidencial de Biden antes que o Colégio Eleitoral a formalizasse, em dezembro.

Só na Pensilvânia, estado que concede 16 votos eleitorais, os advogados  de Trump pediram a anulação da recontagem de 682.479 boletins de voto. A diferença de votos naquele estado entre Joe Biden e Donald Trump, esta segunda-feira, era de quase 70 mil votos, com menos de 30 mil ainda por contar.

Ações judiciais começam a cair por terra

Mesmo que a equipa do presidente em exercício não recuasse na decisão, o mais certo era que os processos judiciais enfraquecessem perante um juiz por falta de argumentação, evidências e substância. De acordo com um analista consultado pelo “CNN”, Elie Honig, grande parte dos casos contentam um valor residual de número de votos. No Michigan e Pensilvânia dois juízes federais recorreram ao pedido, na Georgia um eleitor pediu ao tribunal que a processo não avançasse e no Michigan o mesmo se sucedeu mas da parte de um observador.

Estes processos eleitorais, que começaram a surgir ainda quando os votos por correspondência estavam a ser contados, refletiam hipóteses muito remotas para Trump a partir do momento em que a perda da presidência para o candidato democrata se tornou evidente.

Cada um dos processos judiciais alegava que os resultados das eleições dos respetivos estados deveriam ser postos em causa porque os eleitores recorrem ao voto por correspondência. Face a isto, a equipa do republicano pediu que os juízes invalidassem ou atrasassem os resultados da eleição antes que o Colégio Eleitoral fosse finalizado.

Embora tenham avançado com os pedidos, os processos admitiram que não tinham evidências de fraude eleitoral. Em vez disso, acreditaram que relatórios de “especialistas” poderiam mais tarde revelar a contagem de votos ilegais.

“Esta evidência estará disponível em breve, quando os documentos oficiais relevantes estiverem finais e disponíveis”, cita a “CNN” cada um dos processos nos seus registos iniciais na semana passada. As evidências dos “especialistas” nunca se materializaram.

“Não existe uma estratégia clara e coordenada, por isso é que estas ações continuam a cair por terra”, disse Kristen Clarke, diretora executiva do grupo de defesa dos direitos de voto do Comité de Advogados para os Direitos Civis, em um comunicado. “Esses processos são parte de uma tentativa de última hora destinada a promover o caos e a discórdia, ao mesmo tempo que enfraquecem a confiança do público no resultado de nossas eleições”.

Na sexta-feira, nove outras ações judiciais no Arizona, destinadas a atacar a vitória de Biden em estados-chave foram negados ou cancelados, enquanto que em dois condados do Pensilvânia seis processos, que pediam a eliminação da contagem de nove mil votos, foram barrados.

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