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Orçamento: Trump quer cortar 2,8 biliões em apoios sociais

Além de ambicioso, o novo orçamento que a Administração Trump coloca os mais desfavorecidos em desvantagem, dados os cortes previstos em programas sociais e de saúde. O montante arrecadado destina-se à defesa e segurança nacional.
  • 358 574 euros
23 Maio 2017, 11h02

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer cortar 3,6 biliões de dólares (2,8 biliões de euros) em programas sociais e de saúde para os mais desfavorecidos, a fim de poder restaurar o sonho americano e aumentar o orçamento para as áreas da defesa e segurança nacional. O projeto de orçamento, denominado de “nova fundação da grandeza americana”, será anunciado esta terça-feira pela Administração Trump.

Segundo avança a agência Bloomberg, os valores do orçamento são astronómicos. Em 10 anos, o presidente Trump quer reduzir os gastos de 3,6 biliões de doláres e liquidar completamente o défice (fixado nos 600 mil milhões). O antigo magnata pretende ainda diminuir a dívida pública de 76% para 59% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e incentivar o crescimento económico, com novos incentivos ao investimento e um maior protecionismo económico.

Donald Trump quer, em linhas gerais, reduzir a carga fiscal para os mais ricos de 39% para os 35%, facilitar a repatriação de capitais e implementar uma diminuição significativa no imposto de renda, que deverá baixar de 35% para os 15%, de forma a atrair capitais para o país.

No entanto, o novo orçamento que a Administração Trump pretende fazer avançar, além de ambicioso, deixa claros os preconceitos do presidente, tendo em conta que coloca os imigrantes ilegais, pessoas com deficiência subsidiadas e filhos em desvantagem.

“Até agora, pensava-se apenas naqueles que recebem dinheiro. No entanto, temos de trazer de volta orçamentos preparados e colocar-nos na pele de quem paga, o contribuinte”, afirmou Mick Mulvaney, diretor do Gabinete de Gestão e Orçamento da Casa Branca. “A compaixão não é medida pelo número de subsidiados ou dinheiro gasto, mas sim através do número de pessoas que voltam a trabalhar”.

As medidas propostas prevêem ainda uma redução de 800 mil milhões numa década no financiamento para cobertura de saúde aos pobres e 193.000 milhões no Programa de Assistência de Nutrição Suplementar, numa sociedade com mais de 40 milhões de pobres. As famílias necessitadas conhecerão um corte de 21 mil milhões de dólares e 40 mil milhões no sistema de apoio por criança.

“Este orçamento esforça-se por substituir a dependência da dignidade do trabalho e promover a melhoria do panorama para o contribuinte americano”, pode ler-se no documento, que será apresentado esta terça-feira no Congresso norte-americano.

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