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“Acabou a guerra contra o carvão”. Trump descontinua plano ambiental de Obama

Administração Trump estará a planear abandonar as políticas ambientais que visavam travar o aquecimento global implementadas pela anterior presidência.
9 Outubro 2017, 16h40

A administração Trump quer abandonar o plano energético implementado na era Obama para reduzir o aquecimento global. “Acabou a guerra contra o carvão”, declarou o administrador da EPA, Scott Pruitt, sobre o Clean Power Plan, um regime legal aprovado por Obama para limitar as emissões de carbono de centrais elétricas alimentadas a carvão, num discurso no estado do Kentucky, conhecido pelas minas de carvão.

Pruitt, que foi um dos doze procuradores-gerais a tentar parar na justiça os esforços de Obama no limite das emissões de carbono, afirmou que a administração norte-americana irá propor esta terça-feira “a retirada do plano conhecido como de energias limpas da anterior administração”, citado pela agência Associated Press.

O Clean Power Plan pretendia cortar as emissões de carbono dos EUA em 32% até 2030, ditando limites para os estados com base nas emissões das centrais energéticas e dava autoridade aos funcionários governamentais para decidir como conseguir as reduções. O Supremo Tribunal dos EUA colocou o programa em pausa depois de várias ações legais por parte de estados com ligações à indústria do carvão.

“A APA ou qualquer agência federal não devem nunca usar a sua autoridade para dizer a alguém que vamos declarar guerra a qualquer setor da nossa economia”, disse Pruitt. Segundo o administrador, a Agência de Proteção Ambiental irá declarar que o plano energético de Obama excedeu a lei federal ao estabelecer limites “não razoáveis” para as emissões de gases.

Ligado às indústrias do gás e do petróleo no seu estado natal, Pruitt rejeita o consenso científico de que as emissões de carbono de fonte humana são a principal fonte das mudanças climatéricas. Donald Trump, que nomeou Pruitt, partilha do ceticismo face à ciência climatérica e havia já prometido acabar com o Clean Power Plan durante a campanha presidencial, com o objetivo de reavivar a indústria mineira dos EUA.

Além do projeto de acabar com o Clean Power Plan, há, neste momento, duas iniciativas pendentes em Washington. Uma delas para apoiar usinas de energias fósseis e a outra para impor tarifas aos painéis solares, sendo que as empresas esperam que as renováveis sejam prejudicadas pelas propostas.

“A direção geral para que caminhamos parece bastante clara”, disse Ethan Zindler, analistas de energia da agência Bloomberg, na semana passada. “E se todas estas coisas acabarem por acontecer, não são boas notícias para as renováveis”.

[Notícia atualizada às 16h50]

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