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Turismo rendeu 8,4 mil milhões a Lisboa em 2015

Em 2015, o setor gerou 150 mil postos de trabalho na região e fez com que 73% dos habitantes de Lisboa se sentissem mais orgulhosos em relação à capital portuguesa.
  • Cristina Bernardo
7 Fevereiro 2017, 21h47

O turismo gerou 150 mil postos de trabalho na região de Lisboa e teve um impacto económico de 8,4 mil milhões de euros, em 2015, de acordo com as conclusões do estudo desenvolvido pela Deloitte a pedido da Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e apresentado esta terça-feira.

Num período de dez anos, a oferta hoteleira cresceu significativamente, tendo em conta que a cidade de Lisboa tinha 13.250 quartos 93 estabelecimentos hoteleiros em 2005 e os números de há dois anos apontaram para 19.804 e 187, respetivamente.

O setor do turismo causou efeitos a montante e a jusante na região e na cidade de Lisboa, tornando-a aquela com maior crescimento médio anual do número de dormidas, quando comparada com capitais europeias como Roma, Berlim ou Madrid. Prestes a assinar 20 anos, a associação quis tentar perceber o peso e a representatividade desta atividade turística na capital e aquilo que os lisboetas pensam sobre o crescimento do turismo.

Durante a apresentação pública da análise da consultora, o director geral da Associação de Turismo de Lisboa, Vítor Costa, explicou que a entidade vai “continuar a trabalhar” para aumentar a procura e “sustentar toda a oferta que foi criada”. O responsável adiantou ainda que os objetivos que a ATL tinha para 2019 foram ultrapassados no ano passado e que já fizeram a revisão em alta do Plano Estratégico para a cidade de Lisboa.

“Qual a principal vantagem do turismo? Boost na economia!”

Não é só a economia que parece feliz com os números. A sondagem da Intercampus sobre a opinião dos residentes e daqueles que trabalham em Lisboa sobre o turismo na capital, divulgada depois do estudo macroeconómico, indicou que estes dois segmentos têm pareceres positivos.

A seu ver, os turistas são bem-vindos porque trazem um plus na bagagem: vantagens económicas para a maior cidade do país (essa é a principal mais-valia na presença dos viajantes para 64% e 61% para os pendulares e residentes, respetivamente). Quando questionados sobre os inconvenientes, a maioria dos inquiridos (61%), de uma amostra de 1017 pessoas, concluiu que não existe desvantagem nenhuma na vinda dos turistas para Lisboa.

O dirigente da ATL confessou alguma surpresa quanto aos resultados. “Já tínhamos a sensação de que o turismo se dava bem com Lisboa mas talvez pudesse haver um maior distanciamento. Fomos surpreendidos”, afirmou Vítor Costa, que esclareceu que próximo desafio é fazer com que a maioria das freguesias ou bairros possam beneficiar do turismo.

Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), considerar mau receber turistas é “perigoso” e “grave”, de acordo com uma notícia da agência EFE de setembro de 2015. “[O turismo] Nunca nos deve assustar, o importante é saber geri-lo e converter a sua força e poder em algo positivo”, justificou o secretário-geral da OMT, Taleb Rifai.

Os ‘alfacinhas’ tendem a concordar, pois 73% dos habitantes de Lisboa dizem que o desenvolvimento do turismo fez com que se sentissem mais orgulhosos em relação à capital portuguesa e apenas 17% apontou ser-lhe indiferente essa evolução. Daqueles que se deslocam a Lisboa diariamente mas não vivem na cidade, só 21% relata que o turismo tem prejudicado a sua mobilidade na capital.

Pedro Rosa Santos, da Deloitte, acredita que o crescimento do turismo na região de Lisboa vai continuar e avançou com os números mais recentes, relativos a 2016, referindo que a rentabilidade de hotelaria teve um crescimento de 9%. Tal como disse, “haja capacidade para os acolher”.

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