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Turquia aprova reforço dos poderes do presidente

O “sim” venceu com uma margem pequena. Vitória do “não” nas três maiores cidades revelou-se insuficiente.
16 Abril 2017, 19h35

Os turcos votaram hoje maioritariamente “sim” no referendo à alteração do sistema político, tornando-o presidencialista, aceitando entregar mais poder ao presidente Recep Erdogan.

O “sim” no referendo lidera com 51,3%, quando estão contados cerca de 98% dos votos, segundo informação da agência de notícias estatal turca Anadolu, o suficiente para as televisões darem a vitória às propostas de Erdogan, cujos partidários já festejam nas ruas.

A oposição já contestou os resultados e exigiu a recontagem de 60% dos votos.

O “não” venceu nas três principais cidades do país: Istambul, a maior cidade da Turquia, Ancara, a capital, e Esmirna (Izmir), mas não foi suficiente para se impor a nível nacional.

Com a reforma constitucional proposta pelo presidente da Turquia, o cargo de primeiro-ministro é eliminado e os seus poderes são transferidos para o chefe de Estado, que passa a ter um mandato de cinco anos, mais um do que agora.

Erdogan passa a ter poder executivo, nomeando ministros, podendo escolher vice-presidentes e assinando decretos.

Terá, também, uma interferência direta no sistema judicial, escolhendo juízes.

Estes resultados confirmam o que indicavam as sondagens antes da votação, que mostravam um país partido ao meio, com o “sim” e o “não” ao novo sistema presidencialista praticamente empatados, em certos casos com apenas meio ponto de diferença.

Os opositores de Erdogam receiam que a vitória do “sim” no referendo seja apenas mais um passo para o avanço de um regime autocrático do atual presidente.

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