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Turquia em contra-relógio para aumentar prospeção de gás no Mar Negro

Juntamente com o Mediterrâneo Oriental, as prospeções no Mar Negro estão a dar indicações de que o país pode a médio prazo passar a ser um importante fornecedor de gás natural, num contexto em que toda a Europa está a tentar livrar-se do gás russo.
16 Maio 2022, 17h00

O último navio de perfuração que a Turquia adquiriu no ano passado, o quarto, está prestes a chegar ao país (prevê-se para 19 de maio, quinta-feira), revelou esta segunda-feira o ministro da Energia e Recursos Naturais, Fatih Dönmez, durante um seminário organizado pela Turkish Petroleum Corporation (TPAO).

O navio possui a tecnologia de prospeção e perfuração mais recente que existe – ao contrário dos três restantes, que são de uma geração tecnológica anterior – e deverá partir em breve para águas do Mar Negro.

Juntamente com o Mediterrâneo Oriental, o Mar Negro é a zona mais promissora para a Turquia encontrar novas jazidas de gás e assim entrar na corrida a uma posição de relevo enquanto país produtor que possa substituir as compras de gás que a Europa continua a processar na Rússia.

A produção de gás natural é de extrema importância para a Turquia, num contexto em que os países europeus – e não apenas os da União Europeia – estão a tentar encontrar alternativas economicamente aceitáveis para a compra de gás russo, na sequência da invasão da Ucrânia.

Citado pelos jornais turcos, Dönmez revelou que a Turquia está prestes a tomar decisões definitivas sobre o gás do Mar Negro, descoberto no campo de Sakarya, localizado a cerca de 150 quilómetros da costa turca – constituindo a maior descoberta de gás natural do país. A prospeção permitiu descobrir uma enorme jazida de gás em agosto de 2020.

Segundo as primeiras projeções, da responsabilidade do governo de Ancara, o gás descoberto em Sakarya é suficiente para responder à procura do mercado doméstico particular (não empresarial) durante 30 anos. Ancara pretende começar a bombear gás do campo para a sua rede principal em 2023. Até agora, revelou Dönmez, foram feitas dez perfurações naquele campo em particular.

A gestão das descobertas de gás e sua extração para venda faz parte de um pacote mais vasto na área das energias, que a Turquia está a colocar em andamento. A estratégia é a de investir em infraestruturas e recursos humanos para substituir produtos energéticos importados por produtos produzidos internamente.

“Hoje, temos produção de tecnologia doméstica de 75% em energia solar, 60% ou mais em energia eólica e biomassa e 55% em energia geotérmica”, disse o ministro. E sublinhou que “abrimos concessões para fundições integradas de ouro, prata, ferro, cobre e alumínio orientadas para o produto final. E temos o objetivo de estabelecer as bases de duas unidades de produção de lítio que operarão em plena capacidade já este ano”. Sobre a opção nuclear, Dönmez disse que o objetivo é transferir know-how e criar tecnologia exclusiva para a Turquia.

 

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