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Turquia tenta assegurar compra de caças F-16 norte-americanos

O Congresso norte-americano não está especialmente interessado em que a Turquia possa comprar mais 40 caças F-16 norte-americanos. Uma delegação de Ancara vai partir para os Estados Unidos para acompanhar a evolução do problema.
9 Agosto 2022, 16h30

Uma delegação ministerial turca visitará Washington na próxima semana para acompanhar a decisão do presidente dos Estados Unidos de entregar caças F-16 à força aérea da Turquia, revelou fonte do governo esta terça-feira.

O ministro da Defesa, Hulusi Akar, disse que a equipa chegará a Washington na próxima segunda-feira, a convite de autoridades norte-americanas – sendo que o maior problema é a oposição de uma parte do Congresso dos Estados Unidos, preocupada com as tensões que, uma vez transferidos os caças, possam reacender-se entre a Turquia e a Grécia.

Apesar de os dois países integrarem a NATO, o certo é que o equilíbrio de poder de fogo entre as duas nações é uma preocupação central do topo da aliança atlântica, dados os constantes desentendimentos entre Ancara e Atenas.

O ministro disse que o seu governo se opõe firmemente às condições de venda solicitadas por alguns membros do Congresso norte-americano: “Não podemos aceitar essas condições. O nosso desejo é que o Senado as remova”, disse.

A Câmara dos Representantes aprovou legislação que impediria a venda dos F-16 a Ancara, a menos que o governo certifique que isso é essencial para a segurança nacional dos Estados Unidos e que não haverá voos não autorizados sobre a Grécia.

Ancara, que pretende comprar 40 caças F-16 fabricados pela Lockheed Martin e kits de modernização para os aparelhos que já possui no seu arsenal, pretende certificar-se que Biden tudo fará para convencer o Congresso a aprovar a venda sem restrições – tal como prometeu ao presidente turco Recep Erdogan à margem de cimeira de junho da NATO.

Sem que Ancara alguma vez o tivesse confirmado, os analistas consideraram desde o início que a recusa da Turquia em aceitar a entrada da Suécia e da Finlândia na NATO era uma forma de pressionar os Estados Unidos a aceitar vender os aviões. Ultrapassada essa questão – a Turquia aceitou a entrada dos dois países, tal como todos os envolvidos esperavam – Ancara quer agora poder fazer a compra.

Mas, para além de diversos problemas que têm marcado as relações entre Ancara e Washington, o Congresso norte-americano não se esquece que o governo turco decidiu adquirir há alguns anos o sistema de mísseis de defesa S-400 fabricado pela Rússia, desencadeando sanções dos Estados Unidos – que retirou a Turquia do programa de venda de caças F-35 – e a reserva da NATO.

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