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Twitter culpa Elon Musk por queda de receitas da empresa

A rede social encontra-se a meio de uma batalha legal com o CEO da Tesla devido à sua tentativa de desistir de um acordo de 44 mil milhões de dólares para comprar a plataforma.
22 Julho 2022, 15h40

O Twitter culpou a indecisão de Elon Musk em adquirir a empresa como um dos principais fatores que levou ao prejuízo de 270 milhões de dólares em receitas no segundo trimestre deste ano.

A desapontante receita de 1,18 mil milhões de dólares, revelada pela empresa esta sexta-feira, deve-se aos “ventos contrários da indústria de publicidade… bem como à incerteza relacionada à aquisição pendente do Twitter por uma afiliada de Elon Musk”, informou a empresa, citada pela “France 24”.

A rede social encontra-se a meio de uma batalha legal com o CEO da Tesla devido à sua tentativa de desistir de um acordo de 44 mil milhões de dólares para comprar a plataforma, justificando a decisão por considerar que o Twitter não estava sendo franco sobre o número de contas falsas na plataforma. Por seu turno, o Twitter afirmou que o chefe da Tesla já concordou com o acordo e não pode desistir agora.

Este clima de incerteza, aliado à atual conjuntura de turbulência económica, terão sido causas para uma acentuada quebra nos lucros do Twitter, plataforma que depende em grande escala de anúncios, mas que se viu obrigada a reduzir neste tipo de orçamento.

“O Twitter está num barco a remo no meio de uma tempestade”, disse a analista Jasmine Enberg, citada na “France 24”, acrescentando que “a saga Musk abalou ainda mais o barco.” A analista informou ainda que a rede social está neste momento numa posição vulnerável por ter que convencer potenciais anunciantes que o seu negócio de anúncios é rentável.

Mas esta tendência não vem de agora: ao contrário de gigantes como o Google e o Facebook, que dominam a publicidade online, com lucros de mil milhões de dólares, o Twitter perdeu centenas de milhões de dólares em 2020 e 2021.

Apesar de, neste segundo trimestre, a rede social ter registado mais 8,8 milhões de usuários ativos diários considerados “monetizáveis”, um total de 237,8 milhões, segundo um estudo da eMarketer, a empresa capturará menos de 1% da receita global de anúncios em 2022. No mesmo estudo, o Facebook captura 12,5% e o Instagram 9%.

É importante referir que os resultados apresentados referem-se ao período que termina em junho, e não incluem, portanto, a tentativa de Elon Musk, ocorrida em julho, de cessar o acordo de compra.

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