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Ucrânia. Conferência de doadores permitiu angariar 6,15 mil milhões de euros

O primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, anunciou que foram angariados 6,5 mil milhões de dólares (cerca de 6,15 mil milhões de euros) na conferência internacional de doadores para a Ucrânia que decorreu esta quinta-feira na capital polaca.
5 Maio 2022, 14h46

Nesta conferência, organizada conjuntamente pela Polónia e Suécia, “conseguimos angariar mais de seis mil milhões de euros e esse dinheiro será distribuído para apoiar a Ucrânia e todos aqueles que apoiam a Ucrânia”, disse Mateusz Morawiecki, aos jornalistas.

A primeira-ministra sueca, Madalena Andersson, salientou que a soma excedeu as suas expectativas e sublinhou que o objetivo é ajudar a Ucrânia, agora e também mais tarde, na reconstrução.

“A Ucrânia vencerá esta guerra e ficaremos ao seu lado”, afirmou.

“Quando a Rússia traz a morte, os países do mundo livre devem ajudar e penso que esta conferência aqui em Varsóvia mostrou uma enorme dose de solidariedade entre nós”, declarou ainda Morawiecki.

O primeiro-ministro polaco lembrou que as necessidades de ajuda humanitária da Ucrânia crescem e que o país precisa de mais de 12.000 toneladas de ajuda todos os dias, sendo que só lhe chegam 3.000 toneladas.

A Conferência Internacional de Doadores contou, entre outros líderes, com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e do primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enviou uma mensagem através de uma ligação por vídeo, onde ratificou a aspiração do seu país a uma adesão “rápida” à União Europeia (UE), pedindo que lhe seja atribuído o estatuto de candidato à adesão ainda no decurso da guerra.

“A adesão da Ucrânia à UE deve ser a realidade absoluta, não apenas uma promessa ou uma perspetiva”, defendeu Zelensky.

Apelou ainda aos “parceiros civilizados” para que assumam o patrocínio de “regiões, cidades e indústrias da Ucrânia” para apoiar a sua reconstrução.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na ocasião uma doação de 200 milhões de euros para pessoas deslocadas internamente na Ucrânia.

Na sua intervenção, frisou que são necessárias “centenas de milhares de milhões de euros e reformas” para reconstruir a Ucrânia e preparar o seu caminho para a UE.

“Hoje reunimo-nos com um objetivo claro: apoiar o povo corajoso da Ucrânia, que luta contra o agressor e defende a sua liberdade”, declarou Ursula von der Leyen.

“Hoje, a União Europeia respondeu ao apelo, mais uma vez, para apoiar a Ucrânia. Em nome da Comissão Europeia, comprometi 200 milhões de euros à Ucrânia”, disse.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse esperar que a conferência possa ser um ponto de partida para um “Plano Marshall” para a Ucrânia, referindo-se a um plano patrocinado pelos EUA que ajudou a reavivar as economias europeias após a Segunda Guerra Mundial.

Charles Michel, afirmou que os “esforços de solidariedade incidirão em três áreas fundamentais: ajuda humanitária, necessidades de liquidez a curto prazo e reconstrução” da Ucrânia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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