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Ucrânia vai restringir livros e música russos em novo corte com Moscovo

O público ucraniano “não aceita nenhum produto criativo russo”, afirma o ministro da Cultura da Ucrânia, Oleksandr Tkachenko, que disse estar “feliz em receber” as novas restrições aprovadas pelo Parlamento.
20 Junho 2022, 15h55

Em mais uma tentativa de romper os laços com a nação invasora, o parlamento ucraniano aprovou no domingo duas leis que colocarão severas restrições a livros e música russos, segundo a “Reuters”.

Uma lei proibirá a impressão de livros por cidadãos russos, a menos que renunciem ao passaporte russo e assumam a cidadania ucraniana. A proibição só se aplicará àqueles que ficaram com a cidadania russa após a queda da União Soviética em 1991.

Ademais, também proibirá a importação comercial de livros impressos na Rússia, Bielorrússia e território ucraniano ocupado, além de exigir uma permissão especial para a importação de livros em russo de qualquer outro país.

A outra lei proibirá a reprodução de música por cidadãos russos que ficaram com a cidadania russa após o colapso da União Soviética em 1991 nos media e nos transportes públicos, além de aumentar as cotas de conteúdo ucraniano nas transmissões de televisão e rádio.

As leis precisam ser assinadas pelo presidente Volodymyr Zelenskiy para entrar em vigor, não havendo indicação de que ele se vá opor. Ambos receberam amplo apoio de toda a Câmara, inclusive de legisladores que tradicionalmente eram vistos como pró-Kremlin.

O ministro da Cultura da Ucrânia, Oleksandr Tkachenko, disse estar “feliz em receber” as novas restrições. “As leis são projetadas para ajudar os autores ucranianos a compartilhar conteúdo de qualidade com o público mais amplo possível, que após a invasão russa não aceita nenhum produto criativo russo”, disse segundo o site do gabinete ucraniano.

A Ucrânia diz que o processo de quebra com o legado de centenas de anos de governo de Moscovo,denominado “desrussificação”, é necessário para desfazer séculos de políticas destinadas a esmagar a identidade ucraniana. Por sua vez, a Rússia considera que as políticas de Kyiv oprimem o grande número de falantes de russo da Ucrânia.

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