As táticas de pressão e intimidação utilizadas por Donald Trump, presidente dos EUA, no recente processo de renegociação do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), o qual será substituído pelo novo Acordo EUA-México-Canadá, não vão resultar no âmbito das negociações sobre comércio entre a União Europeia (UE) e os EUA. Foi esse o aviso lançado ontem por dirigentes da UE, de acordo com o “The Wall Street Journal”.
O mesmo jornal salienta que o Canadá e o México, cujas economias estão muito ligadas à dos EUA, foram compelidos a renegociar o NAFTA, em posição de fraqueza, sob a ameaça de serem bloqueados no acesso ao mercado dos EUA. Na perspetiva de vários dirigentes da UE, porém, essa pressão não vai resultar nas negociações EUA-UE, na medida em que se verifica um maior equilíbrio no tamanho e poderio comercial das duas partes.
“Nós europeus somos a maior potência comercial do mundo”, declarou ontem Jean-Baptiste Lemoyne, secretário de Estado francês para a Europa e Negócios Estrangeiros. “Por isso, não temos que estar preocupados. Não temos que negociar sob ameaça”, sublinhou Lemoyne. Isto numa altura em que Trump já aplicou tarifas às importações de aço e alumínio europeus e ameaça taxar os automóveis europeus.