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Um ano depois, a reforma da zona euro continua o principal desafio de Centeno

Um ano depois de ser eleito para presidente do Eurogrupo, Mário Centeno quer completar o mandato de dois anos e meio com a concretização da União Económica e Monetária.
  • Cristina Bernardo
4 Dezembro 2018, 07h23

A 4 de dezembro de 2017 e após meses de expectativas, a celebração chegou para o Governo português. O ministro das Finanças, Mário Centeno, foi eleito formalmente para suceder ao holandês Jeroen Dijsselbloem à frente do Eurogrupo, com três principais desafios no horizonte: a conclusão do programa de ajustamento grego, o aprofundamento da União Bancária Económica e Monetária (UEM) e a coordenação de políticas da zona euro.

Um ano volvido, o primeiro repto foi concluído com sucesso, o segundo está por concluir e o terceiro a ser concretizado.

Saída da Grécia do programa de assistência

A Grécia concretizou a 20 de agosto, a saída do seu terceiro programa de assistência, colocando fim a oito anos de resgates, que abrangeu também Portugal, Irlanda, Espanha e Chipre. Depois de ter anunciado, 2 de março, a conclusão bem-sucedida da terceira e penúltima revisão do programa de assistência à Grécia, Centeno anunciou o acordo “histórico”, no final de uma maratona negocial que terminou na madrugada de 22 de junho.

No quadro do terceiro programa de apoio à estabilidade à Grécia, tinha sido concedido a Atenas um total de 61,9 mil milhões de euros de empréstimos, totalizando 288,7 mil milhões de euros de empréstimos desde 2010.

“Este foi um Eurogrupo para recordar. Após oito longos anos, a Grécia vai finalmente concluir a sua assistência financeira e junta-se à Irlanda, Espanha, Chipre e ao meu próprio país, Portugal, no grupo de países a dar a volta à sua economia e a reconquistar a sua autonomia”, declarou Mário Centeno na conferência de imprensa no final daquela reunião.

Reforma da União Económica e Monetária

Mário Centeno assumiu a reforma da UEM como o objetivo do seu legado enquanto líder do Eurogrupo e a Cimeira do Euro é um teste de fogo para o plano do ministro das Finanças. Esta segunda-feira, realizou-se a reunião que antecede o encontro onde os ministros das Finanças da zona euro deverão anunciar uma posição final sobre um aprofundamento da UEM.

Entre os temas em discussão ao longo do último ano estiveram um orçamento comum para a zona euro e a possibilidade de criação de uma espécie de Fundo Monetário Europeu, assim como sobre a possibilidade de criar um ministro das finanças da zona euro – que agregaria as funções de presidente do Eurogrupo e de comissário europeu. A conclusão da União Bancária, nomeadamente a criação de um backstop comum de depósitos, é outro dos temas mais sensíveis no avanço da reforma da zona euro.

Coordenação de políticas da zona euro

Depois dos vários programas de ajustamento e da recuperação económica da zona euro, um dos principais desafios para Mário Centeno é precisamente a coordenação de políticas da zona euro. O presidente do Eurogrupo tem dado especial atenção à economia italiana, que continua num braço de ferro com a Comissão Europeia.

Bruxelas tomou a 23 de outubro, a decisão inédita de rejeitar o OE2019 proposto pelo governo italiano. Com este cenário em cima da mesa, o executivo comunitário deu três semanas a Itália para apresentar uma nova versão mais em linha com as regras europeias, mas Roma continuou inamovível, mesmo sabendo que poderá enfrentar sanções financeiras.

 

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