Esta semana, tive o privilégio de participar em Londres nas comemorações dos 650 anos do Tratado de Londres, de 1373, entre Portugal e Inglaterra, o qual estabeleceu a mais antiga aliança militar e diplomática em todo o mundo. A comemoração, que contou com a presença de Sua Majestade, o Rei Carlos III, e de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, é um reflexo deste profundo vínculo histórico que une os dois países.

A nossa aliança única tem no seu cerne a defesa coletiva da independência, do território e dos valores face a ameaças comuns. Floresceu ao longo de muitos séculos, contribuindo para a segurança e prosperidade de ambos países.

Hoje, os nossos ministros dos Negócios Estrangeiros tiveram a oportunidade de conversar sobre como esta Antiga Aliança se transformou numa parceria moderna, assente em valores partilhados e no desejo de trabalhar em conjunto para um mundo mais seguro, mais sustentável e mais próspero.

Os nossos ministros falaram, também, sobre a melhor forma de ajudar a Ucrânia neste momento difícil. Perante um inimigo comum, que ameaça desestabilizar a Europa e não só, Portugal e o Reino Unido têm apoiado a Ucrânia em todas as frentes – política, militar e humanitária –, desempenhando um papel importante para permitir ao povo ucraniano defender-se da tirania e da agressão de Vladimir Putin.

Mas, para além de nos assegurarmos que esta agressão brutal não terá êxito, estamos determinados em providenciar investimento, conhecimento e aconselhamento no longo prazo, para ajudar a garantir o futuro económico da Ucrânia – um futuro mais moderno, aberto e resiliente. É por isso que, na próxima semana, o Reino Unido e a Ucrânia vão receber milhares de representantes de governos, empresas e sociedade civil na Conferência sobre a Recuperação da Ucrânia, em Londres.

As empresas terão um papel fundamental neste contexto. O Banco Mundial estima que a recuperação da Ucrânia poderá gerar mais de 400 mil milhões de dólares em oportunidades para empresas grandes e pequenas. Para demonstrar o seu apoio, milhares de empresas, incluindo uma série de grandes empresas dos setores tecnológico, energético e de defesa, já aderiram ao Pacto Empresarial para a Ucrânia, o Ukraine Business Compact, o que se traduz numa declaração não vinculativa de apoio à recuperação da Ucrânia. Este será uma plataforma de apoio à recuperação da Ucrânia e ao seu esforço para se modernizar, construir uma economia resiliente e ágil, e emergir deste conflito como um estado mais forte e próspero.

Qualquer empresa portuguesa que queira mostrar o seu apoio à Ucrânia, e envolver-se nas oportunidades que a recuperação do país representa, pode aderir ao Pacto – de forma privada ou pública – e juntar-se a milhares de empresas em todo o mundo que apoiam a recuperação e a reconstrução da Ucrânia.

Ao comprometerem-se a apoiar a Ucrânia, o Reino Unido e Portugal estão orgulhosamente a defender os valores do Tratado de Paz, Amizade e Aliança Perpétua de 1373. Todos temos um papel a desempenhar neste processo. Slava Ukraini!