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“Uma jornada fatal para as crianças”: 700 mortos no Mediterrâneo em 2016

Três quartos das crianças refugiadas e migrantes relatam ter sido vítimas de violência, assédio ou agressão por parte de adultos durante a viagem.
  • Vadim Ghirda
28 Fevereiro 2017, 11h48

Pelo menos 700 crianças morreram na rota migratória do Mediterrâneo Central no ano passado, segundo um relatório “Uma Jornada Fatal para as Crianças: A Rota Migratória do Mediterrâneo Central” do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado esta terça-feira. Estas crianças tentavam chegar à Europa a partir das costas da Líbia, mas morreram no caminho.

“Pelo menos 4.579 pessoas morreram quando tentavam atravessar o Mar Mediterrâneo a partir da Líbia, uma em cada 40 pessoas que tentaram a travessia, e estima-se que pelo menos 700 dos que perderam a vida eram crianças”, refere o documento, citado pela agência “Lusa”. A UNICEF fez uma análise sobre os riscos que as crianças refugiadas e migrantes enfrentam na travessia entre a África subsariana através da Líbia e por mar até Itália.

No ano passado, mais de 181.000 migrantes, incluindo mais de 25.800 crianças desacompanhadas, colocaram a vida nas mãos de traficantes para chegar a Itália por esta rota, indicou o relatório. Três quartos das crianças refugiadas e migrantes entrevistadas no âmbito de um inquérito relataram ter sido vítimas de violência, assédio ou agressão às mãos de adultos em algum ponto da viagem.

Cerca de metade das mulheres e crianças entrevistadas reportaram abusos sexuais durante o percurso, na maior parte dos casos várias vezes e em vários locais. Na altura em que foi feito o inquérito, foram registados 256.000 migrantes na Líbia, entre os quais 30.803 mulheres e 23.102 crianças, um terço das quais não acompanhadas. No entanto, o documento prevê que os números reais sejam pelo menos o triplo.

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