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União Europeia e EUA juntos contra China na Organização Mundial do Comércio

Americanos e europeus pretendem negar à China o estatuto de economia de mercado, alegando que as suas políticas distorcem a livre concorrência.
  • Bobby Yip/Reuters
12 Dezembro 2017, 16h49

A União Europeia e os EUA estão unidos na rejeição da atribuição do estatuto de economia de mercado à China na reunião da Organização Mundial do Comércio, a ter lugar em Buenos Aires.

A China pretende a obtenção deste estatuto já que este permitiria à economia chinesa deixar de estar sujeita a uma série de tarifas anti-dumping. O governo chinês argumenta que deveria ter recebido esse estatuto o ano passado, mas americanos e europeus queixam-se de que os subsídios estatais às empresas detidas pelo Estado chinês, bem como as regras do financiamento e investimento estatal provocam distorções no mercado, com o efeito pernicioso de criar uma “sobrecapacidade” em indústrias como o aço e o alumínio, que entram no mercado mundial a preços mais baixos que as exportações europeias e americanas e levam, argumentam os governos críticos da política chinesa, à destruição de empregos nos seus países.

O governo japonês, através do ministro da Economia e do Comércio Hiroshige Seko, já mostrou o seu apoio à iniciativa euro-americana. “O comércio livre”, disse Seko, “só funciona quando garantimos condições justas para a concorrência”. Para o ministro japonês, “as condições de mercado justas não podem ser negativamente afetadas por medidas que os distorçam, como subsídios, transferência forçada de tecnologia, violação dos direitos de propriedade intelectual e práticas de comércio injustas por parte de empresas detidas pelo Estado”.

Segundo o representante dos EUA para o Comércio, Robert Lightizer, “é impossível negociar novas regras quando muitas das atuais não estão a ser seguidas”, e que esse desrespeito por parte dos chineses é “intencional”.

A China mostrou a sua “forte insatisfação e firme oposição” à posição euro-americana. O Ministro do Comércio chinês, Zhong Shan, afirmou que “não acreditamos que haja qualquer outra instituição que possa promover o comérico como a OMC, e portanto devermos prosseguir com a globalização de forma a tornar o mundo mais aberto, inclusivo e equitativo”.

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