[weglot_switcher]

União Europeia quer proibir destruição de artigos não vendidos

A única exceção a esta diretiva são as pequenas empresas, que ficam isentas desta proibição, enquanto as médias empresas têm quatro anos para se adaptarem ao regulamento comunitário. 
23 Maio 2023, 13h28

A União Europeia quer proibir a destruição de artigos do sector têxtil que não tenham sido vendido aquando o fim da coleção. Esta é uma prática muito utilizada pelas marcas de luxo, que destroem e queimam os artigos para que ninguém os utilize a custo zero.

A proposta chega agora do Conselho Europeu como parte da criação da diretiva comunitária Ecodesign, que se baseia na sustentabilidade do sector têxtil, considerado um dos maiores poluidores industriais do mundo.

Segundo o “CincoDías”, as marcas terão de dar uma nova vida (ou utilização) aos artigos que não são comercializados, uma vez que ficam impedidos de os destruir. A única exceção a esta diretiva são as pequenas empresas, que ficam isentas desta proibição, enquanto as médias empresas têm quatro anos para se adaptarem ao regulamento comunitário.

“O objetivo da proibição é tentar reduzir o impacto ambiental das roupas ou acessórios fabricados mas que nunca são usados, especialmente desde o rápido crescimento das vendas online”, apontou o Conselho Europeu em comunicado. Os 27 esclarecem que a destruição destes artigos envolve “uma perda de recursos económicos valiosos”, dado que são fabricados, transportados e destruídos sem terem servido o propósito para o qual foram criados.

Em 2018 veio a público que várias marcas de luxo destruíam os seus produtos não vendidos. Por exemplo, em 2017, a Burberry destruiu 36,8 milhões de dólares da sua própria mercadoria para que ninguém tivesse acesso a peças exclusivas a custo zero.

Também a Louis Vuitton, Nike e H&M queimam os artigos têxteis não vendidos. O objetivo destas marcas, ao destruir os produtos, é manter os preços elevados e a exclusividade a que os clientes se habituaram.

Ainda que a medida tenha sido aprovada pelo Conselho Europeu, ainda vai a discussão no Parlamento Europeu, de forma a que este órgão decida a sua posição em relação ao tema. Para que a diretiva seja implementada, os dois organismos comunitários têm de concordar entre si.

Mas a diretiva semi-aprovada não implica apenas a proibição da destruição de artigos não utilizados. O regulamento visa que os produtos sejam mais duráveis, reparáveis e recicláveis, além de terem de ser eficientes no consumo de energia. Todos estes produtos (com exceção de alimentos, rações, medicamentos, veículos e produtos veterinários) vão ter um passaporte digital onde segue toda a informação de sustentabilidade ambiental.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.