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Vacina reduziu casos de sarampo em 99% desde 1963

Vacinação quase erradicou doença que os médicos do século IX consideravam “mais temível que a varíola”. Mas a doença está de volta devido aos pais que decidem não vacinar filhos.
18 Abril 2017, 12h12

A vacina contra o sarampo permitiu reduzir em 99% os casos de sarampo nos Estados Unidos, desde a sua vinda a público, em 1963. Os dados são das autoridades americanas e demonstram como as vacinas são cruciais para combater uma doença que ameaça as vidas dos seres humanos desde tempos imemoriais.

A massificação das vacinas permitiu quase erradicar o sarampo nos EUA e noutros países desenvolvidos, incluindo Portugal. O problema é que, nos últimos anos, surgiram teorias da conspiração que ligam a vacina do sarampo ao surgimento de casos de autismo. Estas teorias têm conquistado cada vez mais adeptos, fazendo com que alguns pais prefiram não vacinar as crianças. Abriu-se assim a porta ao regresso da doença que, no século IX, foi descrita pelo filósofo persa Al-Razi como sendo “mais temível que a varíola”.

Em Portugal, o sarampo regressou este ano, com um total de 21 casos confirmados e outros cinco em investigação, desde janeiro. Mário Durval, médico especialista em Saúde Pública, lamenta que, existindo uma vacina no país há cerca de 40 anos e com a maioria da população residente em Portugal já imune, ainda existam pais que duvidam da importância das crianças serem vacinadas.

“Há pais que acreditam que a vacinação contra o sarampo pode causar autismo ou diminuir a imunidade, mas isso não passa de um mito. A vacinação é importante e os pais têm o dever de proteger os seus filhos”, disse o médico ao Jornal Económico.

DGS relativiza crise e diz que epidemia “não é de grande magnitude”

Portugal enfrenta uma epidemia de sarampo, tendo a Direção Geral de Saúde (DGS) confirmado a existência de 21 casos desde o início do ano. A DGS alerta para a necessidade de vacinar as crianças para esta doença, mas relativiza a situação, clarificando que não existem razões “para temer uma epidemia de grande magnitude”, uma vez que a maioria da população “foi vacinada ou teve anteriormente a doença”.

Além dos 21 casos confirmados, são conhecidos outros cinco ainda em investigação. Entre os casos confirmados, destaca-se o de uma adolescente que deu entrada no Hospital de Cascais e que foi rapidamente transferida para a ala de internamento do Hospital D. Estefânia.

Levar esta vacina “é a principal medida de prevenção, é gratuita e está disponível para todas as pessoas presentes em Portugal”, lê-se na nota enviada aos orgãos sociais.

O Programa Nacional de Vacinação recomenda que a primeira dose da vacina ocorra aos 12 meses e a segunda aos 5 anos de idade, mas está a ser estudada a possibilidade da primeira dose da vacina ser tomada abaixo dos 12 meses.

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