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“Vai ser impossível esta legislatura chegar ao fim”, afirma Marques Mendes (com áudio)

Luís Marques Mendes no seu habitual comentário no canal televisivo SIC, afirmou que a novela com Galamba é inédita, e retira credibilidade aos políticos e ao ministério das Infraestruturas.
  • Cristina Bernardo
21 Maio 2023, 22h14

No habitual comentário político no canal SIC, Luís Marques Mendes, afirmou que a novela do Parlamento com Galamba e o ex-adjunto é inédita, “vivemos uma situação inédita no ministério das Infraestruturas, pancadaria, lavagem de roupa suja e ficamos com a sensação de que todos estão a mentir, ou seja, estas pessoas não tem nem qualidade nem princípios para pertencer à assembleia da república”. Para o comentador político existe uma grande facilidade para os governantes entrarem em contradições e faltarem à verdade. “O ministro Galamba já deu cinco versões diferentes do SIS, parece-me muito José Sócrates na forma de comunicar e mudança de narrativas. No dia 1 de maio toda a gente ouviu o primeiro ministro a dizer que nunca tinha ouvido isto, agora Galamba vem dizer que ele soube logo na noite, obvio que o parlamento vai querer que ele se prenuncie”.

“Os dados que vieram a publico sobre o ministério, dão a ideia de que está em autogestão, matéria classificada do estado está no computador do ex-adjunto? Numa noite  o ministro Galamba liga a meio governo? A chefe de gabinete telefona ao SIS com facilidade olímpica? O ministério publico anunciou que vai investigar tudo o que se passa no ministério, a primeira conclusão que se pode tirar é que ninguém vai trabalhar neste ministério, porque vão estar muito preocupados com esta situação. Se vivêssemos  no tempo de Jorge Sampaio o Governo já tinha sido dissolvido”.

Na opinião de Marques Mendes “vai ser impossível esta legislatura chegar ao fim, o que aconteceu esta semana é mais um prego no caixão da estabilidade governativa. Já está tudo em campanha eleitoral e o poder está a apodrecer”.

Já no assunto das previsões económicas para este ano da Comissão Europeia, Marques Mendes salienta que são bastantes positivas para Portugal, mas já as previsões para o próximo ano deixam Portugal bastante para trás “temos razões de satisfação para este ano, mas para 2024 não temos”.

Por serem previsões, na opinião de Marques Mendes é importante perceber se chegam à vida dos portugueses ou não. Marques Mendes salienta que “é importante que os apoios do estado nestes momentos sejam dados com rapidez”, referindo ainda dois exemplos, os reformados do sector bancário, “vão finalmente receber a meia pensão que todos os outros reformados já receberam” e o “complemento solidário dos idosos, para os mais vulneráveis, 150 mil pensionistas, só agora é que foi atualizado, medida boa, mas se tivesse sido mais cedo neste tempo, teria sido melhor”.

O discurso que o antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva fez, também foi tema de comentário, nomeadamente por ter incomodado o Partido Socialista (PS) e por ter elogiado o líder do PSD, Luís Montenegro, afirmando que este se encontra pronto para a liderança. “O discurso de Cavaco Silva é arrasador, uma espécie de vendaval politico, arrasou tudo, não ficou pedra sobre pedra. O PS está incomodadíssimo”.

“O Cavaco Silva está a ajudar o PSD, como Mario Soares ajudou o PS no tempo da troika. A novidade é que o PS ficou muito mais incomodado, a primeiramente pelo sentido de oportunidade de Cavaco, perante as falhas do Governo serem tantas e tão graves, dando a possibilidade às pessoas  de concordam com o discurso. E também porque desta vez, Cavaco Silva não se limitou a rasgar no governo, deu rasgadíssimos elogios a Luís Montenegro, e não é habitual fazer elogios”.

Os resultados do primeiro trimestre dos bancos foram muito positivos, “os banco devem estar muito  felizes, com lucros no primeiro trimestre que são superiores aos do período homologo”, no entanto para Marques Mendes “os bancos têm de ajudar mais, acho que é bom os bancos terem lucros, mas há algumas situações que os bancos devem ter em consideração”.

Perante os escândalos vividos nas autarquias nos últimos tempos, Marques Mendes afirma que o “PS e PSD tem de ser mais exigentes a escolher os seus autarcas e a associação municipal de municípios, também devia atuar. Tem de se censurar quem não se comporta”.

 

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