Pela primeira vez desde janeiro o valor médio das rendas em Portugal registou uma descida ao verificar uma quebra de 15,4% no mês de setembro, face a agosto, caindo dos 1.412 euros para os 1.194 euros, segundo os dados do Barómetro do portal imobiliário “Imovirtual” divulgados esta quinta-feira, 29 de setembro.
Por outro lado, e em comparação com o período homólogo de 2021, o valor das rendas apresentou um aumento de 18,7%, quando a renda média se fixava então nos 1.006 euros, traduzindo-se numa subida de 180 euros.
Na análise por distritos, os principais destaques vão para Portalegre que verificou o maior crescimento do valor médio de renda em setembro (+12,9%), face a agosto, passando dos 341 euros para os 385 euros. Também Évora viu a renda média aumentar 3,5%, fixando-se agora nos 775 euros.
Em sentido contrário, encontram-se a Guarda (-33,5%), Castelo Branco (-30,3%) e Faro (-29,1%), com as rendas a fixarem-se agora, respetivamente, em 433 euros, 544 euros e 988 euros.
Ainda em relação ao mês de setembro, Portalegre (385 euros), Bragança (415 euros) e Guarda (433 euros) foram os distritos mais baratos para arrendar. Já Lisboa (1.719 euros), Porto (1.127 euros), Setúbal (1.080 euros) e a Região Autónoma da Madeira (1.055 euros) foram os mais caros.
Olhando para o período homólogo de 2021 as rendas ficaram mais caras em Setúbal, onde o valor aumentou 39,9% (de 772 euros para 1.080 euros). Seguem-se Viseu, com um aumento de 37,2%, e Lisboa (+35,1%), onde a renda subiu dos 1.272 euros para os 1.719 euros e Castelo Branco com um aumento de 34,7% face a 2021.
Em sentido inverso, Portalegre (-11,5%), Vila Real (-8,3%) e Bragança (-7,8%) foram os únicos distritos onde diminuiu o preço da renda em setembro, comparativamente ao mesmo mês de 2021.
Bragança foi a exceção na descida dos preços para venda
No que diz respeito ao segmento de venda de casa, o distrito com maior aumento em setembro, face a agosto, foi Castelo Branco (+5%), subindo dos 121.449 euros para os 127.543 euros, sendo Bragança o único a verificar uma descida (-31,2%), baixando dos 218.035 euros para os 149.947 euros.
Já os distritos da Guarda (106.921 euros) e Portalegre (114.850 euros) foram os mais baratos para comprar casa em setembro. Os mais caros foram Lisboa (642.488 euros), Faro (567.560 euros) e Região Autónoma da Madeira (464.665 euros).
Em comparação com o período homólogo de 2021, Bragança foi também o distrito com a maior quebra do preço médio de venda face a setembro de 2021 (-31,4%), quando se fixava em 218.576 euros.
Já os maiores aumentos verificaram-se na Região Autónoma da Madeira (+24,9%), que passou dos 371.970 euros para os 464.665 euros, e Setúbal (+23,2%), subindo dos 311.127 euros para os 383.417 euros, registando-se também subidas em Aveiro (+15,4%) e Faro (+14,9%).
Ricardo Feferbaum, diretor geral do Imovirtual, refere que “a descida do valor médio de arrendamento é uma adaptação e ajuste do mercado, que permanece dinâmico e com elevada procura, mas que pode estar a sentir mais dificuldades de sucesso com a diminuição do poder económico devido à inflação que também se sente em outras áreas”.
Contudo, o responsável alerta que “com o aumento das taxas de juro, é expectável que os senhorios acabem por ter de aumentar as rendas, para fazer face às suas prestações mensais aos bancos”.
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